Nas unidades hospitalares moçambicanas “persistem muitas dificuldades na oferta dos serviços de aborto seguro”, disse Hermengarda Pequenino, presidente interina da AMOG, citada pela Agência de Informação de Moçambique (AIM).
A responsável falava na terça-feira durante a apresentação dos resultados de um estudo sobre a “Disponibilidade de insumos e Prontidão das Unidades Sanitárias para Implementação de Diretrizes sobre Aborto Seguro”, que decorreu nas províncias de Tete, Nampula e Zambézia.
A pesquisa envolveu 60% dos hospitais credenciados para realizar abortos, avançou a Amog.
Durante o estudo, a associação constatou que a fraca disponibilidade de medicamentos, material de observação e deficiente divulgação dos serviços de aborto seguro nas unidades hospitalares são alguns dos elementos que condicionam a qualidade dos serviços de saúde.
Para a AMOG, para que a interrupção da gravidez seja segura é necessário que ocorra em condições adequadas e com profissionais capacitados para que o processo decorra sem complicações.
A associação apontou a combinação da capacidade de diagnóstico, recursos humanos, disponibilidade de normas e medicamentos básicos como alguns dos elementos que podem contribuir para a melhoria da prestação do serviço em Moçambique.
De acordo com os últimos dados avançados pela AMOG, o aborto inseguro provoca 9% das mortes maternas em Moçambique, entre os 14 e os 21 anos, números que, ainda assim, demonstram uma tendência de redução.
O aborto inseguro está classificado como uma das cinco principais causas de mortalidade materna em Moçambique.
De acordo com o último censo populacional, o rácio de mortes maternas é de 452 mortes por 100.000 nados vivos, o que continua a colocar Moçambique entre os países onde as mulheres têm elevado risco de morte durante a gravidez, parto e período pós-parto.
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