No briefing do Conselho de Ministros que decorreu hoje no Palácio da Ajuda, em Lisboa, menos de um dia depois do chumbo do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), Mariana Vieira da Silva foi questionada diversas vezes sobre a ação do executivo nesta fase de crise política.
“O Governo tomará todas as medidas que estiverem ao seu alcance no quadro em que for definido pelo senhor Presidente da República e, portanto, as medidas que não careçam do Orçamento do Estado e que possam ser tomadas pelo Governo, constituindo compromissos que o Governo assumiu e no âmbito das disponibilidades orçamentais que existam, o Governo tomará”, garantiu.
No entanto, como a posição final de Marcelo Rebelo de Sousa ainda não é conhecida, “faz sentido aguardar por essa decisão”, na perspetiva da governante, que relembrou que “o parlamento e também o Governo mantêm, neste momento, a totalidade dos seus poderes”.
“Aguardamos com toda a serenidade as decisões que cabem neste momento ao senhor Presidente da República e conforme ontem o senhor primeiro-ministro pôde esclarecer, o Governo está em condições de poder fazer aquilo que se espera: ter condições para enfrentar os desafios que vivemos e este `briefing´ é exemplo disso com resposta a medidas no âmbito do aumento do preço dos combustíveis ou no controlo da pandemia”, enfatizou.
Para Mariana Vieira da Silva, enquanto espera pelas decisões que virão do Palácio de Belém “a seu devido tempo”, o Governo “está a cumprir aquilo que é o seu mandato e aquilo que lhe cabe fazer”.
O parlamento ‘chumbou’ na quarta-feira, na generalidade, o Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) com os votos contra do PSD, BE, PCP, CDS-PP, PEV, Chega e IL, abrindo caminho a eleições legislativas antecipadas.
O PS foi o único partido a votar a favor da proposta orçamental, que mereceu as abstenções do PAN e das duas deputadas não-inscritas, Joacine Katar Moreira e Cristina Rodrigues.
Antes da votação, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já tinha avisado que perante um chumbo do OE2022 iria iniciar “logo, logo, logo a seguir o processo” de dissolução do parlamento e de convocação de eleições legislativas antecipadas.
Horas depois, Marcelo reuniu-se com o primeiro-ministro, António Costa, e o presidente do parlamento, Ferro Rodrigues, no Palácio de Belém, em Lisboa.
As legislativas antecipadas têm de se realizar nos 60 dias seguintes à dissolução do parlamento e de ser marcadas nesse mesmo momento, de acordo com o artigo 113.º da Constituição da República Portuguesa.
Para dissolver a Assembleia da República, o Presidente tem de ouvir os partidos parlamentares, o que acontece no sábado, e o Conselho de Estado, que se reúne na quarta-feira.
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