O casal Pilliod receberá o valor da Monsanto por causa do Roundup, um produto elaborado à base de glifosato, um polémico herbicida, informa o escritório dos advogados num email enviado à AFP.
A ação corria num tribunal de Oakland, no oeste dos Estados Unidos.
A indemnização de dois mil milhões de dólares soma-se aos 55 milhões de dólares concedidos a Alberta e Alva Pilliod por despesas, danos morais e outros.
"O júri viu por si mesmo os documentos internos da companhia que demonstravam que, desde o primeiro dia, a Monsanto jamais teve o interesse em averiguar se o Roundup era seguro", destacou o advogado Brent Wisner.
"No lugar de investir em uma ciência sólida, aplicaram milhões para atacar a ciência que ameaçava a sua agenda comercial", defendem.
Em comunicado, a Bayer disse-se "decepcionada" com a sentença e anunciou a intenção de recorrer, argumentando que a decisão judicial diverge da recente conclusão da Agência de Proteção Ambiental americana sobre herbicidas à base de glifosato.
"O consenso entre os principais reguladores de saúde, em todo o mundo, é que os produtos a base de glifosato podem ser manipulados de maneira segura e que o glifosato não é cancerígeno".
O julgamento começou no final de março, logo após a Monsanto ser condenada, pelos mesmos motivos, a pagar 80 milhões de dólares a um septuagenário com linfoma não Hodgkin atribuído ao uso do Roundup.
Uma vez mais, o júri considerou que a Monsanto deveria ter avisado sobre os possíveis riscos do uso do produto.
Em agosto de 2018, a Monsanto foi condenada a pagar 289 milhões de dólares a um jardineiro vítima do mesmo tipo de câncer, valor reduzido posteriormente por um juiz para 78 milhões.
Milhares de ações envolvendo o Roundup correm atualmente nos tribunais dos Estados Unidos.
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