A decisão de criar o grupo operacional foi hoje tomada pela Direção Executiva do SNS (DE-SNS), que explica, na deliberação a que a Lusa teve acesso, que este grupo vai relançar o ‘Programa Saúde Oral no SNS - 2.0’ e “dar-lhe um novo impulso”, recuperando a centralidade dos cuidados de proximidade.
De acordo com a deliberação da DE-SNS, a "proposta de estratégia" que o grupo operacional irá apresentar pretende aumentar a confiança dos utentes neste nível de cuidados e promover a equidade no acesso, através da criação de consultas de saúde oral em todos os municípios do país, para “garantir ganhos efetivos em saúde”.
Por outro lado, acrescenta a deliberação, outro dos objetivos é “cativar e fixar médicos dentistas no SNS, através da criação de condições laborais que dignifiquem a profissão”.
O grupo integra elementos da DE-SNS, Ordem dos Médicos Dentistas, Direção-Geral da Saúde, Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), Administrações Regionais de Saúde (ARS), Associação Portuguesa dos Médicos Dentistas dos Serviços Públicos (Apomed-SP) e do gabinete da secretária de Estado da Promoção da Saúde.
Os peritos vão debruçar-se sobre várias dimensões do programa, entre as quais os recursos humanos, os gabinetes de medicina dentária nos cuidados de saúde primários, equipamentos e material consumível, carteira de serviços, referenciação e articulação, integração de cuidados nas Unidades Locais de Saúde e monitorização da atividade e avaliação dos ganhos em saúde.
O último barómetro da Saúde Oral, divulgado em novembro, revelou que metade dos portugueses nunca vai ao médico dentista, ou vai menos de uma vez por ano, apontando como razão não precisar destes cuidados, mas com quase 30% a dizerem que não vão ao dentista por falta de dinheiro.
Apesar de ainda serem 50,2% os portugueses que dizem não necessitar de cuidados de saúde oral, este valor reduziu 20,1 pontos percentuais face a 2021, segundo a 7.ª edição do barómetro, promovido pela Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) e que inquiriu 1.102 pessoas maiores de 15 anos.
A análise apontou ainda para um aumento do número de portugueses que não tem dinheiro para ir dentista (29,5%) em 7,4 pontos percentuais, mostrando “os efeitos da crise atual”.
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