O saldo provisório sobe para 52 mortos e 22 feridos, disse à AFP o porta-voz das autoridades de saúde locais, Haydar al Zamili, e acrescentou que o setor do hospital Al Hussein, devastado pelas chamas, tinha 70 camas.
O chefe do governo, Mustafa al Kazimi, convocou com urgência ministros e funcionários de segurança para "examinar as causas e consequências do incêndio", afirmou o seu gabinete no Twitter.
Segundo a mensagem, a polícia interrogou o diretor do hospital e o chefe da defesa civil da província de Dhi Qar, da qual depende Nassíria e que declarou estado de emergência.
"As vítimas morreram queimadas e as buscas continuam" por possíveis sobreviventes, disse Al Zamili.
Em diversos vídeos partilhados nas redes sociais, é possível ver cenas de caos e espirais de fumo a sair do hospital.
De acordo com uma fonte do departamento provincial de saúde, o incêndio foi provocado pela explosão de cilindros de oxigénio. O mesmo aconteceu na tragédia de abril num hospital de Bagdade, que fez mais de 80 vítimas fatais.
Em Nassíria, centenas de pessoas compareceram ao local para ajudar os bombeiros e socorristas, refere um correspondente da AFP.
Segundo uma fonte médica, 20 pacientes conseguiram ser retirados das instalações em chamas.
O Ministério do Interior iraquiano informou no Facebook que o incêndio começou em estruturas temporárias erguidas perto do estabelecimento, mas não especificou a origem do acidente.
"Os políticos estão a queimar-nos!"
A desastre desencadeou uma onda de indignação na cidade, com centenas de pessoas a reunirem-se em frente ao hospital a gritarem "os partidos políticos estão a queimar-nos!"
"A catástrofe do hospital Al Hussein é uma prova clara (do fracasso) em proteger as vidas dos iraquianos e é hora de acabar com esse fracasso catastrófico", escreveu no Twitter o presidente do parlamento iraquiano, Mohamed al Halbusi, que indicou que os deputados tratarão do assunto na terça-feira.
"É um novo desastre humanitário no Iraque. O primeiro-ministro deveria renunciar imediatamente", escreveu no Twitter um médico iraquiano, Abdullah al Bayati.
O caso similar de abril foi causado por uma série de negligências que enfureceram os iraquianos e levaram à renúncia do ministro da Saúde.
A maioria dos hospitais iraquianos está em péssimas condições e o sistema de saúde está em ruínas há anos, corroído por dificuldades económicas e corrupção. Um incêndio ocorreu também na segunda-feira no Ministério da Saúde de Bagdade, sem causar vítimas.
O Iraque registou mais de 1,4 milhões de infeções pelo coronavírus e a epidemia fez mais de 17 mil mortes.
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