“Considerado o contexto atual de pandemia pelo novo coronavírus, importa reforçar a necessidade de os cidadãos continuarem a ligar 112 sempre que se verifique uma situação de doença súbita ou acidente”, sublinha o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), que recorda que a colaboração com os profissionais do Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do instituto "é fundamental para o despiste de situações de emergência médica, como é o caso do AVC”. 

Quais os fatores de risco do AVC?

Hipertensão, diabetes, colesterol (LDL) alto, arritmia, tabagismo, obesidade, álcool são fatores recorrentes do AVC.

No jovem, o AVC está mais associado a alterações vasculares hereditárias ou adquiridas, a cardioembolismo, a estados de hipercoagulabilidade, tabagismo, consumo de álcool, uso de drogas ilícitas, doenças metabólicas, aterosclerose prematura e, possivelmente, enxaqueca.

O uso de cocaína e metanfetaminas pode ser causa de AVC por hipertensão, vasoespasmo ou vasculite.

Outras substâncias – como a heroína, outros opiáceos, marijuana, canabinoides sintéticos – podem estar associadas a AVC.

O uso de anticoncetivos orais está também associado a AVC.

As explicações são da médica Maria Teresa Cardoso, especialista em Medicina Interna no Hospital de S. João.

Em comunicado, o instituto lembra que a falta de força num braço ou a dificuldade em falar são alguns dos sinais de AVC e sublinha: “a rápida intervenção médica é vital para o sucesso do tratamento e posterior recuperação do doente”.

O INEM registou no ano passado 4.415 casos encaminhados para a Via Verde AVC, uma média de 12 casos por dia e um total de mais 919 casos comparativamente a 2018.

Os distritos de Porto e Lisboa foram os que registaram mais casos, com 1.041 e 916, respetivamente, seguidos de Braga (432), Setúbal (309) e Aveiro (218).

O INEM recorda que o AVC continua a ser uma das principais causas de morte em Portugal, sendo também “a principal causa de morbilidade e de potenciais anos de vida perdidos no conjunto das doenças cardiovasculares”.

“As primeiras horas após o início dos sintomas de AVC são essenciais para o socorro da vítima, pois é esta a janela temporal que garante a eficácia dos principais tratamentos”, acrescenta.

O instituto explica ainda que o AVC é “um défice neurológico súbito” provocado por deficiência de irrigação sanguínea (isquemia) ou hemorragia no cérebro e diz frisa que, para prevenir a doença, devem ser adotados hábitos de vida saudável, evitando o tabaco e a vida sedentária e com especial atenção a doenças como a hipertensão, diabetes ou arritmias cardíacas.

Nos primeiros três meses deste ano, o INEM registou 1.369 casos de AVC encaminhados para a Via Verde, mais 353 casos em comparação com igual período de 2018.