Em comunicado, o instituto da Universidade do Porto revela hoje que o projeto do investigador Henrique Duarte venceu a 3.ª edição do Prémio Francisco Augusto da Fonseca Dias e Maria José Melenas da Fonseca Dias, no valor de 50 mil euros.

O projeto visa identificar novos marcadores moleculares de prognóstico em pacientes com cancro do estômago avançado e perceber se estes marcadores podem indicar como é que os doentes vão reagir a uma das terapias existentes.

A equipa de investigação na qual Henrique Duarte está inserido descobriu recentemente um mecanismo molecular através do qual os glicanos (cadeias de açúcares) conferem “resistência a um anticorpo terapêutico”.

“A identificação deste mecanismo explica a resistência de alguns doentes com cancro gástrico a este agente, que representa uma das poucas terapias personalizadas aprovadas para o tratamento de pacientes com cancro gástrico de estádio IV positivo para o recetor oncogénico ErbB2 (cerca de 10-15% dos casos de cancro de estômago)”, refere o i3S.

Tendo em conta esta descoberta, o investigador pretende agora “encontrar novos marcadores de prognostico em pacientes com cancro do estômago e de previsão da sobrevida ou evolução clínica destes doentes”.

O projeto pretende ainda identificar se estes marcadores podem “prever se doentes com cancro do estômago ErbB2-positivo vão beneficiar da terapia com este anticorpo”.

“Se soubermos isso, podemos estratificar melhor os pacientes e garantir uma melhor otimização na alocação de recursos”, salienta, citado no comunicado, o investigador.

Designado ‘LOGIC - "Glycoform-Specific Detection of ErbB2 in Gastric Cancer: Improving Patient Stratification and Redefining Eligibility for Anti-ErbB2 Targeted Therapy’, o projeto será implementado no grupo Glicobiologia no Cancro do Ipatimup/i3S.

As atividades de investigação vão ser realizadas no i3S em articulação ativa com o Centro Hospitalar Universitário São João (CHUSJ), o Centro Hospitalar Universitário do Porto e o Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto.