“Esta linha vai-se manter porque tem provado a sua mais-valia. Ela foi criada em contexto de pandemia, muito associada à necessidade de dar um acompanhamento às pessoas mais na fase inicial da pandemia”, adiantou à Lusa o presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS).

Segundo Luís Goes Pinheiro, as cerca de 200 chamadas diárias para a linha de aconselhamento psicológico do SNS 24 provam que este serviço constitui uma “mais-valia em todos os contextos” e que é “útil aos portugueses e aos residentes em Portugal”.

Desde 01 de abril de 2020, quando foi criada, a linha de aconselhamento psicológico do SNS 24 já atendeu mais de 150 mil pessoas e, a partir de hoje, está também disponível em língua inglesa.

Esta inovação justifica-se pela procura crescente dos serviços do SNS 24 que já existiam em inglês, como a triagem, mas também pelo facto de Portugal estar a receber cidadãos ucranianos e estrangeiros residentes naquele país, devido à guerra, adiantou Luís Goes Pinheiro.

“Em 2021, tivemos cerca de 85 mil chamadas em que o utente procurou ser atendido em inglês na área da triagem e este ano já vamos quase em 50 mil”, explicou o responsável dos SPMS.

Segundo referiu, este serviço em língua inglesa pode ser também “uma grande mais-valia” para as pessoas que chegam a Portugal oriundas da Ucrânia, tendo em conta que a linha de aconselhamento psicológico atende pessoas com sintomatologia associada à ansiedade, à depressão e adaptação a situações de crise.

“Isso é exatamente aquilo que essas pessoas que chegam de um teatro de conflito carecem. Desse ponto de vista, é mais um suporte dado às pessoas que não dominam a língua portuguesa”, salientou Luís Goes Pinheiro, ao destacar o papel da Ordem dos Psicólogos na determinação dos algoritmos clínicos que são usados no serviço.

De acordo com os dados mais recentes do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), Portugal aceitou mais de 31 mil pedidos de proteção temporária de cidadãos ucranianos e estrangeiros residentes naquele país.

Segundo o SEF, entre os mais de 31 mil pedidos de proteção temporária, 21.220 correspondem a mulheres e 10.323 são homens, havendo 11.024 menores entre a população que pediu proteção a Portugal e que recebeu resposta positiva.