“Há caminho a ser feito. Está tudo resolvido? Não está. Temos problemas? Temos, mas temos de continuar a ultrapassá-los”, salientou a governante, no final de uma visita às obras de construção do novo Hospital Central do Alentejo, em Évora.
Marta Temido respondia às perguntas dos jornalistas sobre uma notícia de hoje do semanário Expresso que diz que “quase 20 anos depois de uma recomendação para a instalação de ar condicionado em todos os hospitais, ainda há unidades que não os têm”.
Segundo a notícia, um estudo do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) sobre a onda de calor mais mortal em Portugal, ocorrida em 2003, concluiu que a mortalidade era 60% superior nos hospitais sem ar condicionado.
A ministra começou por discordar com esta leitura das conclusões do estudo, referindo que o trabalho do INSA mostrou que “terá havido uma relação entre mais letalidade, maior calor e menos boas condições de climatização dos hospitais”.
De acordo com a titular da pasta da Saúde, o Governo já investiu “139 milhões de euros na climatização dos hospitais”, com apoio do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso dos Recursos (PO SEUR).
Já com verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) estão previstas “requalificações em todos os centros de saúde do país, a maioria direcionadas para a substituição de equipamentos de ar condicionado”, adiantou.
Realçando que as conclusões deste estudo do INSA “mostram bem que o impacto do calor e do frio tem efeito” na saúde, Marta Temido considerou que Portugal está “sujeito a muita exposição do calor e do frio” e que não está “tão protegido como outros países”.
Sobre o novo Hospital Central do Alentejo, a ministra defendeu que o desenvolvimento da empreitada “é um momento importante para o país e, sobretudo, para o Alentejo”, lembrando que, durante “muito tempo, foi um projeto que não passou do papel”.
“Foi muito difícil chegar aqui e sabemos que ainda temos muitas dificuldades pela frente”, sublinhou, prevendo que o hospital de Évora possa mudar-se para o novo edifício no “final de 2023 ou início de 2024”.
O projeto do novo hospital envolve um investimento total de cerca de 210 milhões de euros, já que, aos cerca de 180 milhões da construção, se juntam perto de “mais 30 milhões” para “equipamento de tecnologia de ponta”.
O concurso público relativo à empreitada foi ganho pelo grupo espanhol Acciona, em abril de 2020, tendo a construção sido adjudicada à empresa pela ARS em novembro desse ano e consignada em julho de 2021.
A futura unidade hospitalar, a situar na periferia da cidade de Évora, vai ocupar uma área de 1,9 hectares e ter uma capacidade de 351 camas em quartos individuais, que pode ser aumentada, em caso de necessidade, até 487.
Com 30 camas de cuidados intensivos/intermédios e 15 de cuidados paliativos, a nova unidade vai ter, entre outras das valências, 11 blocos operatórios, três dos quais para atividade convencional, seis para ambulatório e dois de urgência, cinco postos de pré-operatório e 43 postos de recobro.
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