No requerimento apresentado na Assembleia da República, o PCP considera que a saída de profissionais de saúde “era mais do que previsível” face ao contexto que levou à demissão de seis obstetras e que o risco de não existirem profissionais suficientes para reabrir o serviço de Obstetrícia e Ginecologia, após as obras, “é real”.

Seis médicos do serviço de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, apresentaram a demissão, incluindo a ex-diretora de obstetrícia, Luísa Pinto, que fala em condições de insegurança e acusa a administração de falta de respeito.

Segundo explicou à Lusa a ex-diretora de obstetrícia do Hospital de Santa Maria, Luísa Pinto, que apresentou a sua demissão na terça-feira, a decisão resultou de um acumular de situações que, no seu entender, colocam em causa as condições de segurança do serviço de Obstetrícia e Ginecologia.

Na origem do problema está o plano da Direção Executiva do SNS para a resposta de Obstetrícia e Ginecologia, que previa que, enquanto o bloco de partos do hospital de Santa Maria estivesse fechado para obras - entre os meses de agosto e março do próximo ano - os serviços ficassem concentrados no Hospital S. Francisco Xavier.

“O PCP desde muito cedo que manifestou que sendo evidentemente necessária a requalificação do serviço de obstetrícia, as obras previstas, não só não correspondem ao conjunto das necessidades há muito identificadas, como não foi encontrada uma solução, que seria possível, de se recorrer a instalações provisórias que permitissem, à semelhança do que se fez noutros hospitais, a manutenção em funcionamento desta urgência e do bloco de partos”, refere o requerimento.

Por isso, além de querer ouvir o ministro Manuel Pizarro e a ex-diretora de obstetrícia sobre as demissões, o PCP quer também discutir as consequências dessas saídas “para o atendimento à grávida na região de Lisboa e Vale do Tejo”.

“A integração da equipa do Hospital de Santa Maria, no hospital de São Francisco Xavier constitui um processo de grande complexidade, a que se juntaram as preocupações da esmagadora maioria dos médicos do serviço devido a esta concentração, particularmente com a insuficiente capacidade das instalações do Hospital S. Francisco Xavier para acolher a totalidade dos partos das duas unidades”, acrescenta o partido.

Além do PCP, também o BE apresentou um requerimento para audições urgentes na comissão parlamentar de saúde do ministro da Educação, dos seis médicos e do conselho de administração da unidade hospitalar.