"Deve-se minimizar a exposição ao ar livre nos próximos dias, evitando, ainda mais, a exposição a fatores desencadeantes dos sintomas e/ou irritantes brônquicos - pós, fumo de tabaco ou outros, produtos irritantes, alérgenos específicos", adverte a Comissão de Trabalho de Alergologia Respiratória (CTAR) da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP).
"Face às mais recentes alterações do ar atmosférico sentido em Portugal, e dada a potencial influência desse fator na saúde respiratória da população, em particular dos doentes asmáticos", os especialistas da SPP recomendam que se "devem evitar esforços prolongados, particularmente se atividade física ao ar livre".
"Os doentes asmáticos devem cumprir na íntegra a sua medicação inalatória de controlo habitual ou, em caso de esquema terapêutico de SOS, reforçar a sua utilização - seguir o plano de ação definido e em caso de agravamento das queixas respiratórias com má resposta às terapêuticas de alívio, deverão entrar em contacto com os cuidados de saúde (local habitual de seguimento ou a Linha Saúde 24 - 808 24 24 24)", lê-se na nota.
"A CTAR da SPP reforça a importância do controlo da Asma e da Rinite, a não existência/aceitação de sintomas persistentes, limitação funcional nem agudizações, fatores esses ainda mais determinantes numa altura de maior risco inalatório", conclui.
Efeitos na saúde humana
A Direção-Geral da Saúde admitiu que se verifica "uma situação de fraca qualidade do ar no Continente, com maior expressão nas regiões Norte e Centro". "Esta situação deve-se à intrusão de uma massa de ar proveniente dos desertos do Norte de África, que transporta poeiras em suspensão e que atravessa Portugal Continental, aumentando as concentrações de partículas inaláveis de origem natural no ar", lê-se no website.
"Este poluente (partículas inaláveis – PM10) tem efeitos na saúde humana, principalmente na população mais sensível, crianças e idosos, cujos cuidados de saúde devem ser redobrados durante a ocorrência destas situações", indica.
A Agência Portuguesa do Ambiente alertou para uma situação de fraca qualidade do ar devido a elevados níveis de partículas inaláveis devido às nuvens de poeira vindas do Norte de África e que estão a atravessar Portugal continental.
As poeiras têm origem em tempestades de areia em Marrocos e na Argélia, nomeadamente no deserto do Saara, que ainda estão em curso. "Estas tempestades ainda estão a decorrer e por isso vai continuar a haver um aumento da concentração de partículas no ar", disse a meteorologista Ângela Lourenço do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
Segundo a meteorologista, as poeiras com origem no norte de África derivam de um fluxo de sul "induzido pela depressão Célia" e "dependendo da sua concentração podem vir para níveis mais próximos da superfície, provocando uma redução da visibilidade horizonal, ou seja, conseguimos ver menos ao longe", explicou.
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