O primeiro produto à base de canábis da empresa Tilray Portugal - o Tilray Flor Seca THC 18 - vai chegar às farmácias já em abril, avança esta quinta-feira o Jornal de Notícias.

A autorização da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde - Infarmed aconteceu no início de fevereiro e permite comercializar flor seca com THC - substância psicoativa - mediante receita médica. Será vendida em sacos de 15 gramas e custará cerca de 150 euros, escreve o referido jornal.

"Desde a aprovação em Portugal do quadro legal que teve como objetivo tornar acessível o tratamento com medicamentos, preparações e substâncias à base da planta da canábis, foram submetidos ao Infarmed três pedidos de autorização de colocação no mercado", adiantou fonte do Infarmed.

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Dos três pedidos, "todos referentes a flor de canábis inteira seca", só um já foi aprovado, confirmou o organismo.

Finalidades da substância

Esta substância é indicada para seis finalidades:

- espasticidade associada à esclerose múltipla ou lesões da espinal medula;

- náuseas e vómitos (resultante da quimioterapia, radioterapia e terapia de HIV e medicação para hepatite C);

- estimulação do apetite nos cuidados paliativos de doentes oncológicos ou com SIDA;

- dor crónica (associada a doenças oncológicas ou do sistema nervoso);

- síndrome de Gilles de la Tourette;

- e glaucoma resistente à terapêutica.

À agência de notícias Lusa, Rita Barata, diretora geral da Tilray Portugal, instalada em Cantanhede, no distrito de Coimbra, referiu que "esta é a primeira e única preparação ou substância à base da planta da canábis para fins medicinais permitida no nosso país e estamos a planear num futuro próximo tornar outros produtos acessíveis aos doentes em Portugal".

Segundo a responsável, as exigências dos doentes estão a aumentar "e a missão da Tilray é disponibilizar os produtos mais seguros e de melhor qualidade que satisfaçam ao máximo as suas necessidades".

Em Portugal, a utilização de preparações e substâncias à base da planta da canábis para fins medicinais está, segundo a Tilray, aprovada para várias indicações, "nos casos em que se determine que os tratamentos convencionais não produzem os efeitos esperados".

Entre as várias utilizações, está a dor crónica (associada a doenças oncológicas ou ao sistema nervoso), espasticidade associada à esclerose múltipla ou a lesões da espinal medula, náuseas e vómitos (resultantes da quimioterapia, radioterapia e terapia combinada de HIV e medicação para a hepatite C) e estimulação do apetite nos cuidados paliativos de doentes sujeitos a tratamentos oncológicos ou com SIDA.

"A conclusão deste processo [de aprovação] confirma os padrões de qualidade e segurança da produção da Tilray", frisa o comunicado, acrescentando que "esta é a primeira vez que é exigido e entregue um dossiê completo de qualidade para obter a autorização de comercialização de uma substância à base da planta da canábis".

Altos padrões nacionais e internacionais

Sascha Mielcarek, diretor-geral da empresa na Europa, salienta que a autorização do Infarmed "confirma que os produtos de canábis medicinal da Tilray estão à altura dos mais altos padrões nacionais e internacionais".

A empresa é pioneira mundial na investigação, cultivo, produção e distribuição de canábis medicinal, tendo os seus produtos disponíveis em 16 países do mundo.

A unidade de produção em Cantanhede possui todas as certificações necessárias para cultivar e produzir localmente preparações e substâncias à base de canábis para fins medicinais e exportar produtos acabados com certificação de Boas Práticas de Produção para toda a União Europeia e outros mercados internacionais que tenham a utilização da planta regulamentada.