Um índice de massa corporal (IMC) acima dos 25 kg/m2 revela um excesso de peso e valores acima dos 30 kg/m2 revelam obesidade. Em 2010, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estimava que 60,9% dos portugueses registasse um IMC superior a 25 e que 15,5% já alcançasse um IMC superior a 30. Em 2025, a confirmarem-se algumas das previsões já divulgadas, mais de metade dos portugueses poderá estar obeso.
Emagrecer não é uma tarefa fácil para aqueles que, constantemente, lutam contra a balança. Para não existirem falsas esperanças nos tratamentos e/ou nas dietas que dietistas, nutricionistas e/ou outros especialistas prescrevem, o indivíduo deve estar atento à sua realidade e às possibilidades de conquistar o objetivo mais plausível. Além das análises hormonais, há uma série de outros exames a fazer.
Para além de questionários de estilo de vida e cálculos do IMC, é preciso ter em conta a razão calórica, a massa muscular, a massa óssea e a massa gorda. Numa fase inicial, é mais simples é o especialista concentrar-se no tipo cultural de alimentação que tem o paciente, avaliando, por exemplo, se a sua dieta é mais portuguesa, mais mediterrânica, mais africana, mais vegetarina ou mais desregrada.
É muito importante compreender como o paciente vive dentro do seu próprio círculo social. Muitas vezes, sabe que precisa de comer mais verduras, porém a família tem preferência por fritos, dificultando a mudança de conduta.
Privar-se de ingerir alimentos por longos períodos de tempo é uma medida errada, uma vez que o corpo humano necessita de combustível para queimar gordura e produzir energia através do açúcar. O melhor é fazer uma alimentação leve, comendo a cada duas ou três horas.
Não jantar tarde e alternar ou variar ao máximo os ingredientes que consome para evitar intolerâncias e alergias são outras das regras a seguir. Previne-se, assim, desta forma, o risco de doenças que alteram o pH gastrointestinal, como é o caso das gastrites e das úlceras. Combinar verduras e legumes com um determinado tipo de proteína ou massa é mais indicado do que misturar a carne com massas.
Mesmo assim, há que considerar que as pessoas são diferentes e que o intestino nem sempre está apto a receber certos alimentos e muito menos a digeri-los rapidamente, como conviria. A microflora, assim como a acidez e o metabolismo, são imprescindíveis para um bom resultado no emagrecimento. O médico deve conhecer qual é o melhor tipo de alimentação ou suplementação para o seu paciente.
As substâncias e os alimentos que (mais) favorecem a perda de peso
A L-glutamina, a L-taurina, o magnésio, a cálcio e a vitamina C, por exemplo, ajudam na absorção e regulação do pH intestinal, melhorando a digestão. Combinados com probióticos e fibras, mantêm toda a estrutura intacta. A extrema ansiedade e/ou o vício alimentar necessitam ser contidos para não haver sobrecarga hepática. A solução passa pelo recurso a plantas calmantes, como a valeriana e passiflora.
Outra alternativa são os aminoácidos triptofano e fenilalanina que, como precursores da serotonina, moderam o apetite. Comer lentamente também ajuda. O cérebro precisa de tempo para produzir a sensação de saciedade. Ainda assim, a capacidade de reação do indivíduo à sua dieta pode não ser tão eficaz devido ao perfil nutrigenético, que precisa de ser estudado, para garantir a melhor combinação de alimentos.
Outra forma que favorece a perda de peso são os suplementos ricos em ómega-3, em L-carnitina e em crómio, disponíveis em farmácias e parafarmácias, que favorecem o aumento do metabolismo energético, para além de produzirem insulina e de diminuírem inflamações. No caso de ter volume abdominal, há alimentos, que pode ver de seguida, que deve privilegiar no dia a dia. Sem milagres, é possível chegar lá!
Texto: Roni Moya (biomédico especialista em biologia celular e molecular)
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