Faz de tudo para perder peso mas não consegue, apesar de ir ao ginásio todos os dias três vezes por semana, de deixar o carro em casa e ir a pé para o trabalho, de apostar em receitas saudáveis e de até ter definido um número limite de garfadas que pode dar por refeição? Para investigadores da Clemson Univesity, nos EUA, a única coisa de que precisa para emagrecer, além de todas essas, é de um dispositivo conte as garfadas que dá e que o ajude a monitorizar a quantidade de comida que ingere.
Para chegar a esta conclusão, o grupo de investigadores desafiou um grupo de participantes, criteriosamente selecionado, a fazer várias refeições monitorizadas em laboratório. Numa primeira fase, foi distribuído um dispositivo de contagem de garfadas a alguns participantes. Estes tiveram, de seguida, que escolher entre um prato grande e pequeno e comê-lo, controlados por esse equipamento.
No final da refeição, concluiu-se que os participantes com pratos mais pequenos ingeriram menos comida e menos calorias. Numa segunda fase, os intervenientes não podiam dar mais de 12 ou de 22 garfadas, consoante o caso. Com o número controlado, os participantes colocaram mais quantidade de comida no garfo de cada vez, o que fez com que a ingestão calórica fosse mais elevada.
O medo constante de ficar com fome
Depois de avaliarem os comportamentos dos dois grupos, os investigadores perceberam que o facto de existir um número fixo de garfadas fez com que as pessoas colocassem o máximo de comida no garfo, com medo de ficarem com fome. Consideram, por isso, que o ideal é usar um dispositivo que monitorize o que ingerem, pois assim as pessoas receberão não só um feedback no final da refeição, como não estarão preocupadas em ingerir muita quantidade de comida de uma só vez.
«Descobrimos que o uso desse tipo de instrumentos leva a uma redução da quantidade de alimentos que ingerimos. Esta descoberta é consistente com a literatura [académica] atual que demonstra que, tendo acesso a essa informação, as pessoas consomem menos comida», afirmou já publicamente Phillip W. Jasper, um dos investigadores que desenvolvaram o estudo. «Com isto, queremos que as pessoas se apercebam [dos erros alimentares] que fazem», acrescenta ainda o especialista.
Texto: Sara Chaves
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