É quase impossível escapar-lhes. Invisíveis, com as suas oito patas, estes parentes distantes das aranhas adoram viver e multiplicar-se em áreas habitacionais quentes e húmidas. Os ácaros andam pela nossa casa inteira e são os principais agentes da rinite alérgica, uma forma de alergia especialmente grave para quem sofre de asma. Na verdade, não são os ácaros vivos os responsáveis pela rinite alérgica, são os seus cadáveres em decomposição e a matéria fecal que vão deixando aqui e ali.
Esses resíduos indesejáveis tornam-se, com o tempo, componentes indissociáveis da poeira que há lá por casa. Estão em toda a parte e são um perigo invisível. Claro que é impossível limpar integralmente uma casa de todas as poeiras e lixos que se vão acumulando ao longo do tempo. Mas há duas maneiras de combater os ácaros que devem ser usadas complementarmente. Em primeiro lugar, pode-se tentar reduzir a sua proliferação, tornando-lhe o ambiente caseiro tão inóspito quanto possível.
O outro processo passa por limitar ao máximo a acumulação de lixos e poeiras. As carpetes, em climas quentes ou ambientes aquecidos como o nosso, representam o habitat ideal para os ácaros, assim como os colchões e as almofadas, que devem ser sacudidos e arejados. Para evitar a presença de ácaros, é indispensável manter a humidade interna da habitação tão baixa quanto possível. É também importante ir controlando fugas de água nas torneiras e as fontes de lixo em toda a casa.
Outros cuidados a ter com tapetes e carpetes
Há locais onde a limpeza quotidiana tem de ser redobrada. Além disso, deve tratar-se de eliminar as superfícies onde os ácaros podem encontrar refúgio, como é o caso das carpetes e das mobílias torneadas. O quarto de dormir, onde passamos pelo menos umas oito horas diárias, é um dos principais focos de problemas. Presentemente, existem no mercado novos tecidos para recobrir os colchões e as almofadas com superfícies com propriedades anti-alérgicas. Mas continua a ser necessário ter de removê-las.
Retirar as carpetes do quarto é um dos conselhos da maioria dos alergologistas. É debaixo das carpetes que a poeira se acumula e, com ela, os prolíficos ninhos de ácaros. Por sua vez, os aspiradores vulgares limitam-se a remover as partículas maiores, espalhando as mais pequenas pelo ar da casa, o que pode agravar as alergias. É certo que já começam a aparecer novos tipos de aspiradores que retiram também essas pequenas partículas, mas não são ainda capazes de nos libertar dos ácaros a 100%.
Não há uma única estação do ano especialmente vocacionada para a aparição dos ácaros. Geralmente, aparecem mais com o aumento da temperatura e da humidade, durante a primavera, só diminuindo no outono. Mas as pessoas sensíveis aos ácaros podem apresentar sintomas em qualquer altura do ano. E, no inverno, as pessoas passam geralmente mais tempo em casa, mantêm as janelas e as portas fechadas, ligam os aquecimentos, uma situação muito do agrado destes minúsculos insetos.
A culpa que os ácaros podem, afinal, não ter
Os ácaros estarão inocentes? Para dizer a verdade, não se sabe muito bem se os ácaros provocam as alergias ou se as pessoas já nasceram alérgicas aos ácaros. A principal preocupação dos alergologistas prende-se, nos dias que correm, com as crianças que vivem em casas muito expostas aos ácaros. Parece haver provas de que uma criança que vive neste tipo de ambiente logo desde o nascimento pode vir, mais tarde, a ter problemas alérgicos ou sofrer de asma. Há vários estudos que o defendem.
Assim, fugir à rinite alérgica provocada pelos cadáveres e pela matéria fecal dos ácaros passa por remover de casa todas as carpetes e evitar a acumulação de lixos e poeiras, tanto quanto possível. As superfícies e as peças decorativas que tendem a acumular mais pó exigem cuidados de higienização redobrados. Convém também evitar um ambiente muito húmido e aquecido, sobretudo nos períodos de maior frio. Se tiver estes cuidados com regularidade, estará a proteger a sua saúde e a dos que vivem consigo.
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