Os alimentos, ao entrarem na boca, iniciam o seu processo de transformação. Ao serem insalivados são sujeitos à ação das enzimas aí presentes e começam a diminuir o seu tamanho. De seguida, descem pelo tubo digestivo (faringe e esófago) até ao estômago. Aí irão ser envolvidos pelos sucos gástricos que têm a função de reduzir o tamanho dos alimentos, para permitir a sua absorção para o sangue (já no intestino).
No decurso destas etapas podem ocorrer alterações ao normal funcionamento da digestão dos alimentos. A azia é o sintoma mais característico de refluxo do suco gástrico para o esófago, fenómeno que é conhecido como doença de refluxo gastroesofágico e que é causada pelas alterações do esfíncter que separa o estômago e o esófago. O esfíncter funciona como uma válvula e tem como função impedir o retorno dos alimentos e sucos gástricos do estômago.
Os principais sintomas para quem sofre sistematicamente de azia são a sensação de queimadura, que afeta a região estomacal e pode estender-se ao pescoço e à garganta. Por esta razão, a azia pode ser denominada, pela sua ocorrência regular, de frequente.
Nestes casos, pode provocar ainda uma má digestão dos alimentos ingeridos, refluxo dos mesmos, tosses intensas, arrotos, sensação de peso no estômago e dores na região do tórax.
Como prevenir?
- Comer de três em três horas e ter tempo para as refeições é essencial. Ficar com o estômago vazio permite que os ácidos irritem ainda mais a parede deste orgão;
- Mastigar bem os alimentos. Almoçar em menos de 10 minutos é manifestamente insuficiente para mastigar convenientemente os alimentos. Se o alimento não for triturado corretamente na boca, vai chegar ao estômago em pedaços maiores, predispondo ao aparecimento de dor;
- Dar preferência a frutas, verduras e carnes magras. As frutas e verduras são riquíssimas em fibras, que por sua vez diminuem os níveis de grelina, uma das hormonas responsáveis pela acidez estomacal;
- Diminuir a ingestão de gordura. Os alimentos gordurosos exigem muito do estômago e, se consumidos em excesso, podem ser prejudiciais ao nosso organismo. Não é proibido comer, mas o seu consumo deve ser moderado;
- Diminuir a quantidade de alimentos à noite. Com a correria de hoje em dia tomamos o pequeno-almoço com pressa, com pouca variedade e quantidade. Almoçamos rapidamente para poder voltar logo a trabalhar e à noite, em casa, é a altura em que comemos mais;
- Diminuir o consumo de café, chá preto ou verde, alimentos apimentados, bebidas alcoólicas, refrigerantes e chocolate são outros cuidados que podemos ter.
- Fumar é outra das causas. A nicotina estimula o refluxo e aumenta a produção de ácido no estômago. Deitar-se logo após a refeição, também pode aumentar a azia frequente.
Como tratar?
Para tratarmos a azia frequente podemos recorrer a várias classes de medicamentos: Inibidores da Bomba de Protões, Bloqueadores H2, Protetores da Mucosa e Antiácidos.
Os Inibidores da Bomba de Protões, interrompem a produção de ácido pelo estômago e são muito eficazes no alívio dos sintomas. Bloqueiam a produção de ácido de forma mais potente do que os bloqueadores H2.
Os Bloqueadores H2, fazem com que o estômago produza menos ácido. A dose de medicamento a tomar dependerá da gravidade dos sintomas.
Os Protetores da Mucosa são outra opção de tratamento. Revestem, suavizam e protegem o revestimento esofágico irritado.
Os Antiácidos atuam através da neutralização química do ácido. No entanto, os que contêm magnésio podem causar diarreia e os que contêm alumínio podem causar obstipação. Estes medicamentos promovem um alívio dos sintomas durante períodos curtos de tempo e não cicatrizam a inflamação do esófago.
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