Depressão é um termo utilizado na psiquiatria para designar uma perturbação do humor, podendo traduzir-se num estado de tristeza e infelicidade, o qual pode ser transitório ou permanente. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define depressão como uma perturbação mental comum, caracterizado por tristeza, perda de interesse, ausência de prazer, oscilações entre sentimentos de culpa e baixa autoestima, além de distúrbios do sono ou do apetite. Estes sintomas podem causar uma diminuição no rendimento profissional ou uma limitação na respetiva vida social.
A OMS revela que a depressão é uma das doenças mais incapacitantes, que quando não tratada pode levar ao suicídio, motivo pelo qual deve ser encarada como um problema de saúde pública. Para isso é necessário que as pessoas tenham conhecimento sobre os sinais e sintomas da doença, para a poder identificar em si e nos outros, para que seja tratada precocemente.
Quais os sintomas de depressão?
São diversos os sintomas de depressão muitas vezes confundida com tristeza. A tristeza é uma reação normal perante uma adversidade mas pode ocorrer de uma forma inesperada e sem uma causa óbvia. O sintoma de humor deprimido está presente quando a tristeza dura mais tempo que o esperado, é desproporcionado e fora do controlo da pessoa. O humor deprimido pode ocorrer perante certas doenças físicas.
O sono não reparador indicia problemas depressivos, especialmente se acordar com frequência durante a madrugada. A perda de apetite em que verifique pelo menos 5% de perda de peso corporal por mês, no entanto pode também haver um aumento de peso significativo, devido a um aumento da ingestão de alimentos.
O cansaço e a lentificação psicomotora são outros sintomas a ter em conta. Algumas pessoas com depressão apresentam discurso lento, abrandamento do raciocínio e dificuldade de concentração, podendo mesmo existir uma pobreza de expressões faciais. A depressão provoca também uma dificuldade em tomar decisões.
Quem tem depressão?
A resposta afigura-se fácil: qualquer um de nós pode ter uma depressão. No entanto, são considerados alguns fatores predisponentes tais como o tipo de personalidade, experienciar algumas situações na vida que possam ter sido traumáticos, ou vivenciam problemas na sua estrutura familiar tais como: stresse, morte, doenças, conflitos prolongados ou crises financeiras.
Que tratamento?
A depressão deve ser tratada quando a pessoa pede ajuda, quando a doença é grave ao ponto de incapacitar significativamente a pessoa e quando os sintomas são suficientemente persistentes e interfiram na pessoa no seu domínio profissional, intelectual e interpessoal implicando um progressivo isolamento social.
Uma das características da depressão é constituir um risco para a existência de episódios futuros e o intervalo entre dois desses episódios depressivos encurtar com o tempo. O objetivo do tratamento é que possam manter a pessoa saudável sem episódios depressivos. Importante será, não só atuar sobre o episódio agudo, mas pensar num tratamento a longo prazo, devendo-se coadjuvar terapêutica antidepressiva a abordagens psicológicas terapêuticas, uma vez que a maior parte dos episódios depressivos acontecem devido a uma combinação entre fatores biológicos e psicossociais.
Os medicamentos antidepressivos ajudam no tratamento da depressão, cerca de 65% das pessoas melhoram bastante após três meses de tratamento. Apesar da escolha do antidepressivo ser da responsabilidade do médico, o medicamento ideal deve ser bem tolerado, ser de toma única diária de preferência, sem interações com outros medicamentos ou alimentares, seguro caso haja sobredosagem, sem toxicidade comportamental e não dispendioso.
Os tratamentos psicológicos podem ajudar a pessoa deprimida a sentir-se apoiada, com instruções em técnicas cognitivas, comportamentais ou de resolução de problemas. No entanto, se a situação for de maior gravidade aconselha-se uma terapia psicológica mais intensiva. A terapia cognitiva comportamental é um dos tratamentos psicológicos da depressão, baseia-se na observação que as pessoas deprimidas fazem, aperceções mal adaptativas acerca deles próprios e do mundo exterior e o seu humor. Note-se que as pessoas deprimidas frequentemente acham-se que não têm valor, a vida é desprovida de sentido e referem não ter esperança no futuro, por isso incentiva-se que a pessoa faça entre outros:
- Um registo diário de atividades e pensamentos negativos;
- Confrontar esses pensamentos negativos;
- Planear atividades gratificantes durante o dia;
- Dividir atividades complexas em partes mais simples;
- Antecipar o desempenho em situações desafiadoras.
Como a família pode ajudar?
A família de uma pessoa com depressão pode ter um papel ativo na sua recuperação, deve por isso, estar atento ao seu familiar e identificar as manifestações depressivas. A família não deve desvalorizar o que está a acontecer com o seu familiar, evitando expressões como “esquece isso” ou “vê se te recompões” e recordar que não deve utilizar críticas destrutivas mas valorizar acontecimentos positivos do quotidiano. Acima de tudo a família deve estar atento a sinais de alerta e assim que possível procurar ajuda profissional.
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