Voltamos ao pagamento dos contratos de crédito
A principal implicação do fim das moratórias é que regressamos ao pagamento de todos os contratos de crédito que tínhamos, sendo que o montante em dívida terá aumentado pelo valor dos juros que deixou de pagar durante a moratória. Ou seja, tem um montante em dívida maior e o prazo também dilatado, para que não sinta um grande impacto na sua prestação.
É fundamental que pensemos que as moratórias foram uma medida para prevenir problemas financeiras provocados por uma eventual queda de rendimentos. No entanto, vimos que a poupança das famílias aumentou e que o rendimento não contraiu como se esperava. Logo, o cenário económico não é tão prejudicial, restando perceber agora a evolução da taxa de desemprego que se espera venha a aumentar.
Esteja atento às taxas de juro dos seus créditos
Os últimos contratos a sair de moratória foram os contratos de crédito habitação. Como sabemos, temos a taxa EURIBOR negativa e os spreads em queda. Aliás, saiba que se tem spreads acima de 1.2% pode poupar muito dinheiro com a transferência do contrato para outro banco. Em suma, a prestação do crédito habitação resume-se praticamente ao pagamento do capital em dívida. Por outras palavras, reduz o valor em dívida, o que é ótimo.
Se tiver créditos com taxas de juro mais elevadas pode ter agora a motivação para procurar alternativas. Sugerimos que consulte os bancos com quem trabalha e que peça reduções de taxas de juro. Se receber uma negativa poderá sempre procurar consolidar os créditos ou mesmo usar o seu imóvel para dar como garantia numa consolidação com hipoteca.
Mantenha a cautela
Vimos recentemente que a taxa de poupança das famílias voltou à trajetória descendente. O desconfinamento e as férias levaram as famílias a gastar mais dinheiro, o que reduz o valor que destinam à poupança. De notar, contudo, que o horizonte ainda é cinzento e que devemos manter a prudência. Sim, poderemos voltar a gastar dinheiro no lazer e na nossa qualidade de vida mas sem que isso coloque em causa a sua segurança financeira. Como regra de bolso, sugerimos que garanta que tem um bom fundo de emergência e que destina pelo menos 5% do seu rendimento para poupança (idealmente 10%, mas pode ser difícil). E já agora, que foque esta poupança em aplicações com condições fiscais mais interessantes, como os PPR.
O fim das moratórias não foi um tsunami mas isso não nos deve levar a baixar a guarda. Por que não aproveitar esta lição de prudência que a tragédia da COVID-19 nos trouxe?
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