Neste artigo, contextualizamos as variações da Euribor nos últimos anos, a atual subida de juros e partilhamos um simulador que o pode ajudar a perceber como pode ficar a prestação do seu crédito habitação com este contexto.
Taxas Euribor continuam a subir
Tem sido evidente, nos últimos tempos, o efeito da inflação na carteira dos portugueses. No consumo, seja em idas ao supermercado, ao colocar combustível, na restauração, ou até nas contas da luz, a subida de preços é cada vez mais percetível.
Este contexto vai também provocar um aumento dos encargos para quem tem crédito habitação a taxa variável. Isto porque, de forma a travar a subida da taxa de inflação na Zona Euro, o Banco Central Europeu (BCE) deverá começar a subir os juros de referência. E isso reflete-se nas taxas Euribor.
Desde 2015, as taxas Euribor tinham-se vindo a manter em valores negativos como consequência dos cortes de juro feitos pelo BCE, na altura da crise financeira. Porém, esta situação está prestes a alterar-se. Isto porque, desde fevereiro que as taxas Euribor têm vindo a subir, ligeiramente, com a perspetiva de continuar.
Neste momento, a taxa Euribor a 12 meses já se encontra em valores positivos. Já as taxas a seis e três meses continuam em valores negativos, mas estão a aproximar-se do zero.
Para ter noção de como a subida das taxas Euribor pode influenciar o orçamento, imagine que tem um crédito habitação de 100 mil euros, com um spread de 1,2% e 300 prestações em falta, pagando 367,13 euros por mês com a taxa Euribor a seis meses de março (-0,417%). Caso a média da Euribor aumente para 0%, a prestação sobe para 386 euros, o que equivale a um aumento de quase 19 euros por mês.
Quanto pode aumentar a prestação do meu crédito?
Não é possível antecipar qual o valor máximo a que as prestações podem chegar, porque vai depender muito da evolução da economia e de outros fatores, mas é determinante percebermos quanto pode aumentar a prestação da casa, mesmo que seja só um cenário.
Contextualizando, ao longo dos últimos 20 anos, foram duas as vezes em que as taxas Euribor atingiram os picos, superando os 5% (2000 e 2008).
Porém, é importante realçar que o BCE sobe as taxas de juro de forma progressiva, excetuando momentos mais atípicos que seja necessário agir mais agressivamente (tal como na crise financeira de 2008).
Perspetivando os próximos tempos, os mercados financeiros preveem que nos anos que se seguem as taxas de juro na Zona Euro se mantenham entre 1% e 1,5%.
Se utilizarmos o exemplo acima – um crédito habitação de 100 mil euros, com um spread de 1,2% e 300 prestações em falta, indexado à taxa Euribor a seis meses – e simularmos uma Euribor de 5%, a prestação sobe quase 290 euros, face aos valores acima indicados.
Ou seja, apesar de ser um cenário improvável, devemos ter presente que pode acontecer, de forma a perceber se temos a agir e o que podemos fazer para evitar problemas futuros.
A incerteza permanece neste atual momento económico, mas é importante que perceba o que pode acontecer à prestação do seu crédito habitação com a subida dos juros. Isto porque, tendo uma noção do quanto poderá ficar a pagar mais, consegue ajustar o seu orçamento para manter a estabilidade financeira.
Pode fazer os seus cálculos através do Simulador da variação da Euribor no Crédito Habitação do Doutor Finanças.
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