Sessenta e cinco por cento dos imóveis para habitação em Portugal têm uma classificação energética igual ou inferior a C. Esta é uma das conclusões do mais recente relatório (maio de 2024) Energia em Números, da autoria do Observatório da Energia, da Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG) e da Agência para a Energia (ADENE).

O mesmo documento diz que se todas as propostas de melhoria inscritas nos certificados energéticos fossem implementadas, a poupança de energia no setor residencial poderia chegar aos 62%.

Classificação tem vindo a melhorar... mas ainda não chega

Em 2023, os peritos emitiram 41% de certificados com classe energética B ou superior. Em 2014, estes certificados representavam apenas 10%. No entanto, esta melhoria ainda não conseguiu equilibrar totalmente a balança a favor das classes energéticas mais eficientes.

No total de emissões entre 2014 e 2023, 65% tinha uma classificação energética inferior a B-. A eficiência energética dos edifícios é definida numa escala de A+ (a melhor) a F (a pior).

Setor da habitação pode poupar 62%

Até 2023, foram emitidos mais de dois milhões de certificados energéticos no setor residencial. Quando o fazem, os peritos deixam também um conjunto de possíveis alterações que podem melhorar a eficiência energética.

Entre 2014 e 2023, foram propostas quase quatro milhões de melhorias, sobretudo ao nível das paredes, coberturas, equipamentos de aquecimento, ventilação e ar condicionado, e equipamentos para produção de água quente sanitária. Estas áreas representam quase 71% das melhorias sugeridas.

Além destas, as propostas apontam também intervenções nos pavimentos, sistemas de energia renovável e vãos envidraçados.

O relatório estima que se todas fossem implementadas, a poupança de energia no setor da habitação poderia chegar aos 62%.

Setor dos serviços deve olhar para a iluminação

As melhorias propostas no setor do comércio e serviços recaem sobretudo na iluminação e nos sistemas de aquecimento, ventilação e ar condicionado (67%). Implementando todas as sugestões feitas pelos peritos, a poupança de energia neste setor pode chegar aos 12%.

Entre 2008 e 2023, foram emitidos 292 mil certificados energéticos, cuja maioria (69%) tem uma classificação energética de B- e C. Aqui, as classes mais altas (A+ e A) representam apenas 4,6% dos edifícios certificados, o que mostra o caminho que ainda há a percorrer neste setor.