O que mudará daqui para a frente?

Como na última alteração, ainda estamos em fase de perceber os reais impactos associados à nova mudança nas tabelas de comparticipação da ADSE. Pelas informações mais recentes, alguns tratamentos terão um maior nível de cobertura mas muitos outros deixarão de o ter. Aliás, alterações mais ou menos profundas que já levaram alguns dos principais operadores a criticar duramente e a anunciar o fim de certos tratamentos.

Será que estas mudanças vão continuar?

É certo que não podemos adivinhar o futuro mas podemos perceber os sinais dos tempos. Percebemos que estamos a viver mais anos e que as doenças crónicas são as que envolvem tratamentos mais caros. Por outro lado, as doenças graves têm também aumentado de incidência, como sendo as oncológicas. Quer isto dizer que os custos dos sistemas de saúde vão continuar a aumentar. Assim, podemos ter um de dois efeitos:

  1. Aumento das contribuições para a ADSE, que como sabemos são uma percentagem do rendimento do funcionário público;
  2. Redução das comparticipações.

Bem, podemos ter um terceiro efeito que é o aumento das contribuições e a redução das comparticipações. O certo é que alguma coisa terá de ser feita, isto se queremos ter um sistema equilibrado e sustentável.

O que podemos fazer para nos proteger?

A relação entre o beneficiário e a ADSE não é democrática. Ou seja, se é beneficiário pode fazer as suas contribuições e ter acesso aos tratamentos de acordo com as tabelas em vigor. Ou seja, a ADSE pode mudar as tabelas sempre que quiser, sendo que o beneficiário tem apenas a opção de se manter no sistema ou sair. Logo, terá de perceber se o nível de coberturas, a utilização que faz e o preço que paga são competitivos. De seguida, pode optar por alguns caminhos:

  • Se verificar que este é o sistema adequado, manter-se no sistema como antes. De notar que a relação preço / cobertura costuma ser bastante competitiva (daí a sustentabilidade estar a ser colocada em causa);
  • Se pretender manter-se neste sistema mas proteger-se de eventuais oscilações, poderá contratar um seguro complementar. Este suporta parte ou a totalidade daquilo que a ADSE não paga pelas suas consultas ou tratamentos;
  • Se perceber que a ADSE deixou de servir os seus interesses ou se não quer estar exposto às oscilações e à instabilidade deste sistema, deve procurar alternativas em seguros de saúde.

A saúde é algo que todos desejamos preservar e ter acesso a cuidados de qualidade é algo que exigimos, especialmente numa altura em que o Sistema Nacional de Saúde tem muito que recuperar depois da pandemia. Sim, é provável que tenha de assumir um custo maior mas certamente que o verá como um bom investimento.