A água dos oceanos está a mudar de cor por causa do aquecimento global mas não é só essa alteração que os está a afetar. Ao longo das últimas décadas, têm sido muitos os ecossistemas marinhos afetados pela ação humana. Numa altura em que a sustentabilidade ambiental tem vindo a ganhar um crescente número de adeptos, também são muitas as empresas e as marcas a alterar métodos e estratégias de produção e a adotar matérias-primas mais ecológicas. Apresentamos-lhe 10 exemplos dos muitos atuais.

1. Sun Secure da SVR

Criada por Simone Véret e Robert Véret em 1962, a marca de dermocosmética francesa incorporou nos produtos de fotoproteção solar que comercializa uma fórmula de proteção elevada que é biodegradável e que respeita o ambiente marinho. Desenvolvida após quatro anos de investigação, integra um novo complexo filtrante patenteado pela empresa que, segundo os estudos realizados, não aumenta a ecotoxicidade nas algas nem afeta os ecossistemas dos invertebrados aquáticos.

2. Shore de Sloggi

A marca de moda Sloggi, fundada em 1979, que atualmente pertence ao grupo suíço Triumph International, lançou, para a primavera/verão de 2021, Shore, uma coleção de fatos de banho ecológica e sustentável. Todos os modelos que a integram são feitos a partir de materiais reciclados. As matérias-primas utilizadas para a produção da nova linha, que integra nove modelos masculinos e femininos, cumprem os requisitos do Global Recycled Standard, inicitiva que visa reduzir a quantidade de plástico nos oceanos.

Há mais marcas a preocupar-se com a sustentabilidade dos oceanos e a surpreender os consumidores com lançamentos inovadores
Há mais marcas a preocupar-se com a sustentabilidade dos oceanos e a surpreender os consumidores com lançamentos inovadores

3. Refill de The Body Shop

Apesar de continuar a utilizar plástico nas embalagens de muitos dos produtos que comercializa, a marca de cosmética britânica The Body Shop continua a implementar estratégias que promovem a sensibilidade ambiental. Muito do que utilizam é adquirido a uma comunidade de Bengaluru, na Índia, que a empresa auxilia no âmbito de um acordo de comércio justo. Mais de 1,5 milhões de pessoas recolhem plástico da rua e do oceano, que depois é reciclado e reaproveitado pela companhia.

Há mais marcas a preocupar-se com a sustentabilidade dos oceanos e a surpreender os consumidores com lançamentos inovadores
Há mais marcas a preocupar-se com a sustentabilidade dos oceanos e a surpreender os consumidores com lançamentos inovadores

Para combater a utilização desta matéria-prima, que acaba muitas vezes a boiar nos mares, a The Body Shop tem vindo também a implementar medidas como a estação de refill, uma das novidades do novo conceito sustentável que a marca apresenta na loja que reabriu no passado dia 19 de abril no centro comercial Colombo, em Lisboa. Nesse espaço, é possível adquirir, a granel, 12 referências de  gel de duche, champô, condicionar e gel de mãos numa embalagem de alumínio que pode ser reutilizada.

4. Smarties Smart Seas

As novas embalagens de Smarties Smart Seas, uma edição limitada de Smarties, uma das marcas do grupo Nestlé, contêm apenas drageias de chocolate azuis e verdes. Feitas de papel reciclável, dispensam a antiga tampa de plástico e integram um original código de realidade aumentada, que proporciona às famílias uma experiência digital única, permitindo-lhes explorar a vida na profundidade dos oceanos, de forma interativa e divertida, sensibilizando também assim os mais pequenos para a proteção ambiental.

Há mais marcas a preocupar-se com a sustentabilidade dos oceanos e a surpreender os consumidores com lançamentos inovadores
Há mais marcas a preocupar-se com a sustentabilidade dos oceanos e a surpreender os consumidores com lançamentos inovadores

5. Colour Story da H&M

Colour Story, uma das novas coleções de moda da marca de vestuário sueca, que pode (re)ver de seguida, foi desenvolvida com técnicas de tinturaria sustentáveis vanguardistas e com recurso a matérias-primas com um menor impacto ambiental. É o caso do econyl, um nylon 100% regenerado produzido a partir de redes de pesca descartadas e de desperdícios de nylon reaproveitados. Bloom, uma espuma flexível parcialmente produzida com recurso a biomassa de algas, foi outra das matérias-primas usadas.

6. Vision 2030 da Asics

A marca desportiva japonesa também está preocupada com a sustentabilidade do planeta. Até atingir o objetivo de zero emissões líquidas em 2050, pretende continuar a reduzir o nível de emissões de CO2 nos próximos anos, no âmbito da iniciativa Vision 2030. Mais de 95% das novas sapatilhas de corrida da empresa produzidas a partir de 2021 já contêm material reciclado.

A companhia nipónica também tem vindo a impulsionar a fabricação circular, aumentando a utilização de materiais reciclados a partir de resíduos têxteis e de roupa utilizada. Foi também a primeira empresa japonesa a juntar-se ao The Fashion Pact, um projeto global que pretende mitigar as alterações climáticas, restaurar a biodiversidade e proteger os ecossistemas dos oceanos.

7. Play Cicle da United Colors of Benetton

Fundada em 1965 em Ponzano Veneto, a etiqueta italiana apresenta anualmente coleções fabricadas com 80% de fibras de origem natural e/ou materiais reciclados ou regenerados. Até 2025, tem a pretensão de usar apenas algodão sustentável mas, enquanto isso não acontece, incorpora nos seus produtos econyl, uma fibra de nylon infinitamente reciclável obtida através da reutilização de redes de pesca perdidas nos oceanos, para além de linho puro e viscose sustentável.

Há mais marcas a preocupar-se com a sustentabilidade dos oceanos e a surpreender os consumidores com lançamentos inovadores
Há mais marcas a preocupar-se com a sustentabilidade dos oceanos e a surpreender os consumidores com lançamentos inovadores

A United Colors of Benetton uniu-se ao Centro Cultural de Belém para criar o Play Cycle, um projeto artístico de entretenimento para crianças que visa sensibilizar as famílias para a sustentabilidade ambiental. O designer Rui Tomás e a artista e bióloga marinha Ana Pêgo debruçam-se sobre o papel e o plástico, demonstrando o ciclo de vida destas matérias-primas que, muitas vezes, acabam nos oceanos. Os vídeos estão disponíveis no site da marca de moda.

8. Metro Plastic da Makro Portugal

Em parceria com a Plastic Bank, uma empresa social que tem vindo a construir ecossistemas éticos de reciclagem em comunidades costeiras de todo o mundo desde 2013, o grupo empresarial alemão Metro, proprietário da empresa de revenda grossista Makro Portugal, desenvolveu um projeto de colaboração internacional, que se prolongará por vários anos, com objetivos (muito) ambiciosos.

Lançada no passado dia 8, Dia Mundial dos Oceanos, a iniciativa pretende recolher mais de 65 milhões de garrafas de plástico, o equivalente a mais de um milhão de quilos de resíduos de plástico, antes de entrarem nos oceanos de todo o mundo. Essa é a meta para o primeiro ano de atividade da iniciativa, que termina a 8 de junho de 2022. Portugal e Alemanhão são dois dos 24 países envolvidos no projeto.

9. Activ-Eight da Samsonite

Depois da Magnun Eco, uma mala de viagens feita a partir da reciclagem de 483 copos de iogurte e de 14 garrafas de plástico, disponível em quatro tamanhos e cinco cores, a marca norte-americana, sediada em Denver, lançou mais recentemente mochilas para portátil ecológicas, feitas com matérias-primas recicladas. Em 2019, a Samsonite doou uma verba à Australian Marine Conservation Society, uma das entidades australianas responsáveis pela conservação dos oceanos.

Há mais marcas a preocupar-se com a sustentabilidade dos oceanos e a surpreender os consumidores com lançamentos inovadores
Há mais marcas a preocupar-se com a sustentabilidade dos oceanos e a surpreender os consumidores com lançamentos inovadores

10. #WearTheChange da C&A

À venda desde 7 de maio, #WearTheChange da C&A é uma coleção de moda sustentável, a primeira de swimwear da marca produzida com recurso a matérias-primas recicladas. O nylon e o poliéster que foram utilizados para a produção das novas peças são provenientes de redes de pesca abandonadas e de garrafas de plástico recolhidas dos oceanos. A marca de moda criada em 1860 na Alemanha também usa algodão orgânico e ganga recuperada. 50% da produção já é ecológica.