José Gomes Laranjo, professor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e também presidente da Associação Portuguesa da Castanha – RefCast, lidera uma equipa de investigadores e técnicos que está a implementar no terreno as medidas de que a Ciência dispõe para combater este flagelo no âmbito do projeto “BioVespa”, informa aquela universidade em comunicado.

O combate traduz-se numa luta biológica que passa pelo uso, em grande escala, de um inseto parasitoide, “Torymus sinensis”, no combate à vespa das galhas, esse inseto nefasto que tem a denominação científica de “Dryocosmus kuriplilus”, originário da China e que se vem propagando, nas últimas décadas, pelos territórios do planeta produtores de castanha.

Esta vespa deposita os seus ovos nos gomos do castanheiro durante julho e agosto, tornando-se na primavera seguinte visíveis através do aparecimento das galhas, que são pequenos invólucros com as larvas no interior.

Este ciclo está agora a ser combatido com a largada dos insectos “bons” nos meses de abril e maio que, ao propagarem-se no mesmo espaço, vão parasitar as larvas existentes no interior das galhas, travando a formação de novas vespas.

Segundo José Gomes Laranjo, no âmbito do programa Biovespa “a luta biológica de combate à vespa foi já realizada em 116 municípios, situados não apenas em Trás-os-Montes e Douro, mas também nos distritos do Minho, Beiras, Douro Litoral, para além da região da Madeira, estimando-se abranger uma área de castanheiro de mais de 25 mil hectares”.

Nesta campanha, assinala o investigador, “foi realizado um total de 3183 largadas de parasitóides, sendo que a monitorização que tem vindo a ser efetuada demonstra atualmente que o parasitoide está instalado em todos os municípios abrangidos”, restando agora aguardar que as suas populações se multipliquem, cresçam de forma a dominar a vespa. Como refere o investigador, “agora é a sua vez” de fazer tudo bem feito no souto.