“É vital continuarmos a trabalhar juntos para garantir que investimos na resiliência de mulheres e raparigas, para que as mudanças climáticas não se tornem um catalisador para empurrar as mulheres e raparigas ainda mais para trás”, disse Andrea Wojnar, numa nota que assinala dois anos após a passagem do ciclone Idai, que devastou o centro de Moçambique.
Segundo a representante, devido ao ciclone Idai, mais de 90 unidades de saúde da região centro foram destruídas, o que aumentou muito a probabilidade de morte materna sem acesso a cuidados de saúde.
“Já se passaram dois anos desde que o ciclone Idai atingiu a Beira, e os cálculos mostraram que quase 75.000 mulheres afetadas por enchentes e ciclones estavam grávidas, mais da metade das quais dariam à luz nos seis meses seguintes”, declarou a responsável, alertando que o número de mulheres e raparigas afetadas pelas crises climáticas “aumentou substancialmente” em Moçambique.
“Não podemos ignorar a presença crescente e os impactos das mudanças climáticas sobre os direitos, saúde, proteção e bem-estar de mulheres e raparigas”, frisou.
O ciclone Idai atingiu o centro de Moçambique em março de 2019, causando a morte de mais de 600 pessoas e afetando outras 1,8 milhões.
Cerca de 90% da cidade da Beira, capital provincial de Sofala, foi destruída.
Na presente época chuvosa e ciclónica, que ocorre desde outubro, o centro de Moçambique já foi atingido pelo ciclone Eloise, em janeiro, e pela tempestade Chalane, no final de 2020, com um balanço oficial de 19 mortos.
Os desastres naturais que ocorreram nos últimos meses no país interromperam e condicionaram várias vias de acesso, isolando comunidades, o que dificulta a assistência humanitária.
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