As espécies invasoras "prejudicam a biodiversidade, na medida em que onde entram tornam-se hegemónicas e acabam por prejudicar outras espécies que existem nesses ecossistemas", referiu João Paulo Catarino, no final da sessão de apresentação do projeto de Gestão de Plantas Invasoras Aquáticas no Território da CIM Região de Coimbra.
Salientando que, no início, as invasoras são "fáceis de controlar", o governante frisou que as "reconversões não se fazem de um ano para o outro e levam quase uma década", pelo que é "tão importante atacar este problema no início e fazê-lo com uma capacitação técnica".
"Ao fim de alguns anos temos dificuldade em erradicá-las, para além do investimento que é preciso fazer", afirmou o secretário de estado da Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território.
Para atenuar este problema, que afeta mais o norte e centro de Portugal, decorrem alguns concursos, "uns em execução, outros em fase de análise, de mais de 20 milhões de euros especificamente para o controlo e a erradicação de espécies invasoras aquáticas e terrestres", sublinha João Paulo Catarino.
O projeto de Gestão de Plantas Invasoras Aquáticas no Território da CIM Região de Coimbra inclui os municípios de Mira, Figueira da Foz, Montemor-o-Velho, Soure e Cantanhede, e foi apresentado hoje no Centro de Alto Rendimento de Montemor-o-Velho.
A iniciativa, orçada em 600 mil euros, com financiamento a 85% pelo Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR), pretende controlar e prevenir espécies invasoras nestes concelhos, como, por exemplo, os "jacintos de água", bem como uma "nova espécie invasora que se dá tanto em ambiente aquático como em seco".
Incluiu a aquisição de um veículo anfíbio multifunções, no montante de 300 mil euros, destinado ao controlo de espécies invasoras em meio aquático e terrestre, junto a linhas de água e lagoas, cuja utilização foi protocolada hoje entre a CIM Região de Coimbra e os cinco municípios.
A sua aquisição visa "capacitar a região e estes cinco municípios com meios e recursos para uma intervenção contínua durante todo o ano nas áreas mais afetadas por esta problemática", frisou o presidente da CIM RC, José Carlos Alexandrino.
Em 2020, foram feitas ações de comunicação e sensibilização, formação de operadores, intervenções preliminares, instalação de barreiras flutuantes, como aconteceu no Rio Mondego, em Montemor-o-Velho, para salvar o nenúfar amarelo, e ainda as primeiras intervenções com recurso ao veículo anfíbio.
O projeto prevê intervenções na Lagoa da Vela (Figueira da Foz), Rio Mondego, Barrinha de Mira, Lagoa da Salgueira (Cantanhede) e Paul da Madriz (Soure).
O projeto conta com o apoio da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva EDIA) e a colaboração da Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC).
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