Se rejuvenesce a sua cara, porque não também o seu sorriso? Sabia que, tal como a pele, os ossos e até os neurónios, também a dentição envelhece? De acordo com António Patrício, pós-graduado em implantologia, «em pessoas mais idosas, pouca superfície de dente é mostrada, durante o sorriso, abaixo do lábio superior». A explicação é simples. «Isto deve-se à perda da tonicidade muscular facial e ao desgaste dentário», afirma o especialista.

«Por outro lado, os dentes têm tendência a tornarem-se mais escuros com a idade devido à pigmentação acumulada e ao desgaste do esmalte», refere ainda. Mas, segundo este profissional, «se até há relativamente poucos anos, era comum ver pessoas de certa idade completamente desdentadas, hoje, mantêm-se, em muitos casos, os dentes naturais, que podem durar toda a vida».

A diferença reside «em técnicas distintas», como as caracteriza, que permitem aos utilizadores «serem dotados de uma aparência mais saudável e bonita», complementa. «O desgaste da estrutura dentária é irreversível e portanto torna-se imprescindível a reconstrução dentária de forma a evitar a dor e sensibilidade dentária», realça ainda António Patrício.

As duas técnicas chave

Segundo António Patrício, «existem diversas técnicas dentro da cosmética e estética dentária que permitem recuperar o sorriso, nomeadamente as restaurações estéticas adesivas, o re-contorno dentário, o branqueamento dentário, as coroas e facetas cerâmicas, a reposição de dentes perdidos e a movimentação de dentes», esclarece o especialista em implantologia.

O primeiro passo do tratamento

O branqueamento é o primeiro passo do tratamento. Com o passar dos anos, alguns hábitos de higiene deficientes e o consumo regular de café, chá, tabaco e alimentos com corantes, tornam-se os principais responsáveis de uma dentição amarelada. Antes de iniciar o processo, «há que verificar se existe hipersensibilidade dentária ou se existem factores que possam ser desencadeadores de sensibilidade dentária, tais como, restaurações mal adaptadas ou fracturadas, recessão gengival e cáries», diz.

«O branqueamento permite uniformizar a cor dentária, tornando o dente mais claro, harmonizando a estética do sorriso», defende ainda António Patrício. Existem dois tipos de branqueamento. «No consultório, consistindo na aplicação de um produto branqueador no dente que posteriormente é ativado por luz (o resultado é imediato)», refere. «Em casa, através de goteiras com gel branqueador», enuncia ainda. «Após moldes dos dentes, é efetuado um dispositivo oco com a forma dos dentes (goteira)», elucida.

Durante o processo, «é aplicado um gel, sendo levado à boca por um período pré-determinado. Executa-se em casa durante 7 a 14 dias», explica o implantologista. O passo prévio do branqueamento é a higiene oral por ultrassons, jato de bicarbonato e aplicação tópica de flúor para prevenir a hipersensibilidade dentária. Nesta sessão, também se pode realizar uma impressão, a partir da qual, se elaboram um dispositivo de silicone com a forma dos dentes (goteira) que vai ser utilizado durante todo o tratamento.

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Como se aplica o gel branqueador

Todas as técnicas requerem a aplicação sobre estes moldes de um gel branqueador. Em ambulatório, utiliza-se um gel de peróxido de carbamida e no branqueamento activado por luz, feito no consultório, peróxido de hidrogénio. No consultório, para potenciar a penetração do gel e a a oxidação, com que se consegue devolver a cor natural aos dentes, aplica-se uma luz potente (com diferentes comprimentos de onda) ou laser.

Começa também a utilizar-se o ozono. Nalguns casos, recomenda-se um complemento em casa, em que se emprega a goteira e se aplica um produto branqueador mais suave que se deixa actuar durante um determinado período de tempo. O preço deste tratamento oscila, em média, entre os 300 € e 600 €, dependendo da técnica utilizada. Se recorrer ao laser, pode alcançar os 1.300 €.

O segundo passo do tratamento

O recontorno dentário é a fase que se segue. Basicamente, o recontorno dentário define-se como a «reposição ou alteração da forma dentária através de tratamentos estéticos ou cosméticos de forma a integrar os dentes harmoniosamente no sorriso», indica António Patrício. Esta técnica está indicada para pessoas que apresentam desgaste dentário, forma dentária pouco estética, necessitem de fechar os espaços entre dentes ou harmonizar o tamanho e a forma dos mesmos.

Esta técnica que se realiza numa única sessão permite alterar a proporção e o tamanho dos dentes consoante o gosto do paciente. Os resultados que se obtêm são permanentes. «É uma técnica não invasiva, efectuada com anestesia local e não é dolorosa», descreve António Patrício. «O processo consiste no recobrimento parcial (com restaurações adesivas) ou total (com coroas dentárias) dos dentes», diz-nos António Patrício.

No caso de apinhamento dentário, como é comum nos dentes do maxilar inferior, encurtar os dentes que sobressaem, produzindo-se a ilusão óptica de que foram ordenados, é uma opção com bons resultados estéticos. «Esta técnica de restaurações adesivas raramente tem contra-indicações e é minimamente invasiva, sendo a estrutura dentária presente utilizada como suporte para o novo contorno dentário», salienta o implantologista.

O re-contorno de um dente com resina adesiva varia entre os 60 € e os 100 €. O recobrimento de um dente com coroa cerâmica custa entre 500 € e 800 €.

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Os outros aliados da beleza do seu sorriso

Há uma série de técnicas de estética dentária que também contribuem para camuflar os vestígios da idade, rejuvenescendo o sorriso, nomeadamente:

- Coroas e facetas de porcelana

Permitem corrigir problemas dentários que adicionam anos ao sorriso, sobretudo dentes pigmentados, em que o resultado do branqueamento não é satisfatório. Possibilitam ainda o encerramento e a correcção dos espaços interdentários aumentados. Entre as suas vantagens está ainda a correção de dentes demasiado pequenos, correção de dentes com reconstruções ou restaurações muito extensas ou inestéticas, bem como a resolução de casos em que uma grande quantidade de gengiva aparece no sorriso.

- Coroas e pontes

Empregam-se para reforçar os dentes estragados ou para substituir os ausentes. Uma coroa usa-se para recobrir por completo um dente estragado ou para melhorar o seu aspeto, forma e alinhamento. As pontes, por sua vez, têm a função de substituir um ou mais dentes que faltem, cobrindo o espaço deixado pelos mesmos, aderindo com cimento aos dentes naturais e aos implantes que rodeiam o espaço vazio.

«As pontes também podem ser utilizadas para unir peças dentárias com mobilidade devido ao pouco suporte ósseo, melhorando desta forma a distribuição de forças», reforça António Patrício.

- Ortodontia de adultos

As técnicas mais recentes, parciais ou praticamente invisíveis têm resultados excelentes na correcção da má posição dentária.

Texto: Cláudia Pinto