Numa altura em que continuam a ser muitas as incertezas, o Centers for Disease Control and Prevention (CDC), o instituto de saúde pública dos EUA, acaba de divulgar um estudo que garante que a contaminação de COVID-19 através de objetos e superfícies é possível mas será rara, alertando, no entanto, que apesar das mais recentes conclusões continua a ser fundamental adotar "precauções práticas e realistas" para travar o surto pandémico que assola o mundo desde os últimos meses de 2019.

A nova tese contraria as informações que este organismo divulgou a 28 de março. "É possível que uma pessoa contraia COVID-19 depois de tocar numa superfície ou num objeto que contenha o vírus [SARS-CoV-2] e leve, de seguida, a mão à boca", alertou, na altura, o Centers for Disease Control and Prevention. Neste momento, a posição é outra. "Esta é uma doença nova e ainda estamos a aprender como é que se propaga, mas é possível que se propague de outras formas", justifica agora o CDC.

Diretor de empresa farmacêutica suíça com laboratório em Portugal prevê disponibilização de medicamento para a COVID-19 no prazo de um ano
Diretor de empresa farmacêutica suíça com laboratório em Portugal prevê disponibilização de medicamento para a COVID-19 no prazo de um ano
Ver artigo

"Muitas pessoas pensavam que bastava tocar num simples objeto [infetado] para apanhar o novo coronavírus mas não é o que sucede. "Mesmo que um vírus se mantenha à superfície, isso não significa que ele é realmente infeccioso", defendeu também o médico John Whyte, um dos especialistas do prestigiado site de saúde WebMD, em declarações ao canal de televisão Fox News. Este novo estudo contraria um outro, realizado por cientistas chineses, tornado público no início desta semana, segundo o qual os pacientes com COVID-19 podem começar a infetar objetos e superfícies ainda antes de manifestarem sintomas da doença. "As amostras recolhidas nos lençóis e nas almofadas desses doentes continham uma carga viral relevante", asseguram os asiáticos.

Vários outros trabalhos científicos divulgados pela publicação especializada New England Journal of Medicine atestam que o novo coronavírus pode sobreviver até três semanas nalguns objetos e nalgumas superfícies e permanecer três horas no ar, uma informação que deixa a comunidade científica dividida quanto às formas de prevenção a adotar. Até agora, no mundo, foram infetados mais de 5,01 milhões de cidadãos, estando neste momento 1,91 recuperados. Mais de 328.000 morreram.