A vida é feita de ciclos. Quem estuda astrologia aprende isso com rapidez. Há ciclos pequenos, como o dia e noite, ou o movimento lunar. Há ciclos longos que duram dezenas e dezenas de anos, como é o ciclo entre Plutão e Úrano, o mais poderoso de toda a astrologia. Também há ciclos imensos que duram dois mil e tal anos e estes chamamos de ‘eras’: Era de Peixes, Era de Aquário. E há ciclos ainda maiores.
Vou debruçar-me sobre o ciclo usualmente chamado de «Nova Era» e que corresponde basicamente ao ciclo Plutão - Úrano. O ciclo do início da Iluminação.
Plutão permaneceu no signo Virgem de 1956 a 1971, o que lhe deu tempo para desmantelar os conceitos instalados então, no hemisfério ocidental, e que não passavam de um conjunto de regras sociais e culturais que advinham da cultura do século 19. Lentamente começou a romper com certos tabús e modismos que eram muito correntes. Acontece que Úrano vinha atrás e ingressou triunfante em Virgem em 1961 e, como lhe é peculiar, impaciente, rasgou literalmente com as culturas então vigentes. Era a ‘Voz de Deus’ a provocar um salto quântico na humanidade.
E assim se iniciava um novo ciclo de Plutão e Úrano, com a sua conjunção em Virgem, no ano de 1965. Estamos na fase crescente desse ciclo, que terminará quando Úrano e Plutão se encontrarem novamente, no ano de 2104, nessa altura no signo de Touro. Será um novo ciclo, e dessa vez, quem cá estiver lidará, sobretudo, com as questão da terra e dos alimentos. Assunto sério, portanto.
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Os anos 60 foram o início da ‘Nova Era’, em plena ‘Era de Peixes’. Era a humanidade a evoluir, como sempre. Da forma que podia e sabia fazer.
O signo Virgem está associado ao trabalho, à saúde, à medicina, à ecologia, e foi exactamente a isso que assistimos: uma autêntica revolução nestas áreas, com a industrialização a ser dominada pelos computadores. Hoje fala-se abertamente em ecologia. Há 50 anos (nos anos 60) ninguém sabia o que era isso. Foi uma nova maneira de usar a máquina, iniciando-se assim aquilo que hoje chamamos de globalização, mas ainda estamos no início, pois quando de facto entrarmos na Era de Aquário, saberemos o que será globalização a sério e o sentido disso.
No ocidente, ainda sufocados com uma Igreja Católica comandada do Vaticano em que impunha regras estritas às pessoas, controlando-as, os que eram jovens nos anos 60 apressaram-se a romper essas regras, e ainda bem que assim foi, mas meus amigos, isto passava-se em plena Era de Peixes, a era que antecede a de Aquário.
A década que levou o homem à Lua dava passos gigantes na evolução da humanidade. É assim, que os jovens dos anos 60, fruto do início do ciclo Plutão - Úrano, começam à procura de novas ideias para se libertarem das antigas. Quem viu a série de tv ‘Mad Man’ percebe perfeitamente do clima que se vivia nos anos 40 e 50. O início do ciclo Plutão - Úrano não significava que a Era de Aquário estava aí ao virar da esquina, e que estes novos movimentos ideológicos fossem uma característica dessa Era, pois provavelmente não terão os contornos que hoje conhecemos. (...)
Obviamente, ao longo dos últimos 50 anos, a «Nova Era» expandiu-se por todo o mundo. Mas vejamos, então, em que consistia esse movimento, nascido no solarengo estado da Califórnia. É quando surge um movimento muito uraniano (com a ajudinha de Plutão) e que dá forma a novos conceitos, que começaram devagar e ao longo das décadas é que se foram implantando em todo o mundo.
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O movimento da Nova Era (do inglês New Age) possui muitas subdivisões, sendo geralmente uma fusão de ensinos metafísicos de influência oriental, de linhas teológicas, de crenças espiritualistas, animistas e para-científicas, com uma proposta de um novo modelo de consciência moral, psicológica e social além de integração e simbiose com o meio envolvente, a Natureza e até o Cosmos.
É nessa década que os músicos mais famosos do mundo (exemplo: Beatles) faziam os seus retiros na Índia em Ashrams que eram estranhos à cultura ocidental. É quando o oriente envia os seus mais destacados membros (monges) para ensinarem o budismo, pois era a forma mais clara de se angariar simpatias para o caso do Tibete, aprisionado pela China comunista.
É assim que se dão essas simbioses culturais e tudo começou com a música, com as artes, com as palavras e surgiram então grandes figuras que se encarregaram de atrair multidões para os seus discursos: Osho, Sri Aurobindo, Kishnamurti.
Do lado ocidental ninguém se revelava, excepto na defesa dos direitos civis, como é o caso de Martin Luther King. Só mais tarde, quando Plutão passou por Sagitário, é que aparecem autores a falarem de temas que hoje são comuns. O livro «Conversas com Deus» é o principal paradigma desta evolução da humanidade no ocidente. Mas isto não significa que estejamos na Era de Aquário. Continuamos ainda na Era de Peixes. É tão só a humanidade a evoluir.
Os jovens aderiram em pleno a estas novas filosofias que chegavam: A Nova Era, ou o movimento New Age, não se manifesta em uma visão específica, mas acredita que com a evolução espiritual, algumas mudanças surgirão automaticamente na Terra, não por imposição, mas como consequência natural de uma sociedade composta por pessoas espiritualmente evoluídas. Não existem líderes no sentido institucional do termo, mas existem traços comuns que identificam os new agers.
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Algumas dessas mudanças serão: fim das guerras, conflitos, ausência de necessidade de polícias, exércitos, ou qualquer forma de belicismo e violência; pessoas ligadas por afecto, proximidade e amor; fim das agressões à natureza; uso dos avanços tecnológicos para a automatização de muitos trabalhos; evolução espiritual consciente; maior contacto com a natureza. E mais amor em toda a eternidade e mundos. Ficou bonito, não é? Há muito trabalho pela frente para atingirmos esses resultados.
Ainda hoje estes conceitos são erradamente associados à Era de Aquário. Quando estivermos nessa Era, todos estes assuntos já estarão bem resolvidos. (...)
Não esqueçamos o surgimento de centenas de livros de auto-ajuda e, a partir dos anos 80, as canalizações. Dois livros são de assinalar na consolidação destes conceitos: «Livro de Urântia» e «Um Curso em Milagres». Foram fundamentais nos ensinamentos que passaram do que era a arquitectura do ego e como se procedeu à construção do universo e de Urântia, o nosso planeta. A ajudar, as famosas canalizações de Kryon, as dos anos 80 e 90.
Tudo isto evoluiu espontaneamente quando Úrano e Plutão passaram por Sagitário, há bem poucos anos. Aquilo que era a expressão de um grupo relativamente pequeno (centenas de milhares de pessoas) passou nos anos 80 e 90 à condição de ser potencialmente entendido por milhões de pessoas. Esta é a «Nova Era», ainda dentro da Era de Peixes. Tudo provocado, em termos astrológicos, pelo ciclo Plutão - Úrano, iniciado nos anos 60 do século 20. O início da Era de Aquário ocorrerá por volta do ano de 2150, ou seja, no século 22.
E é aqui, nesta enorme amalgama de ideias que se cruzavam, que levou a percepção popular a considerar que estas manifestações eram da Era de Aquário, por contraposto à Era de Peixes, maioritariamente simbolizado na Igreja do Vaticano.
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Foi o aproveitamento de nos encontramos na fase final da Era de Peixes que as pessoas se apropriaram da ideia de que a «Nova Era» significava fraternidade e igualdade (Úrano), pois assim a humanidade livrava-se da carga negativa que a Era de Peixes possui, pois está intimamente ligada à ideia de sofrimento sem razão. A música e o filme «Hair» fizeram o resto: como que puseram um selo de autenticidade em como a «Nova Era» era a mesma coisa que a «Era de Aquário». Poucos sabem que a Era de Aquário deve começar só no século 22, lá para o ano de 2150. E isto dos números e datas continuam a ser bastante imprecisos.
A «Nova Era» foi e é uma forma de evolução da humanidade. É absolutamente indiscutível. No âmbito religioso misturaram-se também os princípios filosóficos e místicos. Alguns instrumentos usados para esses fins são as pirâmides, filosofias orientais, processos quânticos, tecnologia bio-energética, energias cósmicas, cristais energéticos, amuletos, pensamentos positivos, esoterismo (cabala, horóscopo, mantra, mapa astral, yoga, relaxamento, “ecologia”, aura em harmonia com o corpo, Yin Yang). Acredita-se que a humanidade, assim como todas as coisas, são UM (estão em unidade) com o Cosmos (ou "Deus"). Todos nos assumimos como parte de Deus. Isto não significa que estamos na Era de Aquário (…)
Por isso, existem inúmeros gurús da Nova Era, pois já houve tempo para se consolidadarem estas ideias. Dos anos 60 até agora passou meio século. Esses gurús da Nova Era são bastante responsáveis por incutirem nas pessoas a ideia que a Nova Era é já a vivência da Era de Aquário. Isso não está provado. É a tal percepção que se tem, como mencionei mais acima. O oculto, o misterioso, o esoterismo, a astrologia, terapias, medicina alternativa com filosofias, livros de auto-ajuda... Tudo isso faz parte da Nova Era.
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Isto, para mim, é a humanidade a evoluir, mas ainda há um longo percurso a percorrer até chegarmos à Era de Aquário. A Era da ILUMINAÇÃO absoluta. Por enquanto, estamos apenas a aprender a caminhar até lá.
Como tenho repetido ao longo deste texto, não estamos, ainda, na Era de Aquário. Nem sabemos como funcionarão as sociedades na era aquariana. Só teremos um leve aroma disso quando Plutão entrar em Aquário, em 2023. Até lá, teremos muito carma para resolver e limpar. Não sei se muitos gurús da Nova Era não estarão a criar mais carma para eles próprios.
Não quero terminar (...) sem recordar que o planeta está em ascensão. Este processo já começou. As minhas perguntas são simples: será que não ocorre aos new agers que o planeta daqui por umas centenas de anos poderá não ter a 'forma' que possui hoje? Com os mesmos continentes e oceanos? Com a mesma massa terrena, hoje ocupada por países? E que dizer de uma prática actual Nova Era típica de uma 3D e 4D para uma prática futura (Era de Aquário) na quinta dimensão ou mesmo na sexta dimensão? Continuaremos a fazer o mesmo? Nem pensar...
Por favor, sejamos simples, sejamos humanos, amemo-nos. Com amor tudo se consegue.
António Rosa
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