À semelhança do que aconteceu no passado sábado, Castelo de Vide enche-se de música erudita este fim de semana. "Foi um sucesso. Tivemos casa cheia, dentro da lotação permitida. É bom ver as pessoas a aderir àquilo que é feito para elas", regozija-se Nuno Velez, diretor do festival Sons com História, este ano na sua segunda edição. Amanhã, a partir das 21h30, o coletivo Alma Ensemble, dirigido pela maestrina Filipa Palhares, atua no palco montado no interior da Igreja Matriz de Santa Maria da Devesa.

"São 10 cantores que nos trazem uma viagem por cinco séculos de música e por cinco continentes. Vão buscar música sacra de vários pontos do globo, da Europa ao Japão passando pela África do Sul, do século XVI ao século XX", antecipa o responsável. No sábado, à mesma hora, o jardim municipal de Castelo de Vide acolhe a Grande Gala de Ópera, uma oportunidade única para a população local ouvir árias de Wolfgang Amadeus Mozart, Giacomo Puccini, Georges Bizet e Pyotr Ilyich Tchaikovsky.

Castelo de Vide enche-se de música erudita este fim de semana. As entradas são gratuitas mas têm de ser reservadas
Castelo de Vide enche-se de música erudita este fim de semana. As entradas são gratuitas mas têm de ser reservadas

A Orquestra Académica da Universidade de Lisboa, dirigida pelo maestro Tiago Oliveira, acompanha o tenor João Rodrigues, o barítono André Henriques e a soprano Rita Marques, que será vestida por Nuno Velez, que tem na criação de moda o seu modo de vida principal. "Estou bastante orgulhoso", admitiu ao Modern Life/SAPO Lifestyle o estilista apaixonado por música que em 2015 adquiriu uma habitação em Castelo de Vide. "São peças que as pessoas vão identificar rapidamente", garante.

"A ideia fundamental é trazer para o interior a música erudita que quase nunca lá chega, porque existe o preconceito de que as pessoas não irão gostar nem aderir", critica Nuno Velez. A primeira edição e o primeiro fim de semana da segunda edição, apesar das restrições da pandemia, provam o contrário. "É quase um serviço pedagógico que estamos a prestar. Este é um festival da vila para as pessoas da vila mas as pessoas que vêm de fora são bem-vindas, gostam e esgota", orgulha-se o responsável.

"A gala de sábado já estava esgotada a semana passada. Agora, com a permissão para o aumento da capacidade para 250 lugares, ainda há lugares mas já são poucos", alerta o diretor do festival. Apesar de serem gratuitas, as entradas têm de ser previamente reservadas e depois levantadas no posto de turismo da vila. A exceção é a missa cantada, que conta com a atuação dos Alma Ensemble, no domingo, às 12h00, na Igreja Matriz de Santa Maria da Devesa. A lotação é limitada. Entram os primeiros a chegar.

A primeira edição do festival teve lugar em 2019. A segunda foi adiada por causa da pandemia mas o programa previsto foi mantido, com uma única exceção, este ano sem agenda nas datas definidas. "Organizar um evento destes em plena pandemia foi mais complicado mas também não foi um bicho de sete cabeças", desabafa Nuno Velez. "Tivemos de ter uma maior atenção às normas que estão a ser impostas para garantir a segurança dos artistas e dos espetadores", garante o diretor do festival.

Independentemente da evolução que o surto viral venha a ter, a terceira edição do festival Sons com História será, à partida, uma realidade no próximo ano. "Já está a começar a ser delineada. O programa ainda é muito embrionário mas já estamos a pensar nos artistas que queremos trazer", revela o costureiro. Criado por Nuno Velez, o festival Sons com História conta com o apoio da Câmara Municipal de Castelo de Vide. O cantor André Cunha Leal é o diretor artístico do evento musical alentejano.