Um mês e meio após a paragem forçada devido à pandemia de COVID-19 que assola o mundo e que, só em França, já infetou mais de 128.000 pessoas, os trabalhos de reconstrução da catedral de Notre-Dame de Paris vão ser retomados nos próximos dias. O estaleiro está a ser preparado para receber os trabalhadores. Uma pequena equipa de arquitetos está, desde ontem, no local para garantir as condições de segurança e de operacionalidade necessárias.

Interrompidas a 17 de março, as obras vão ser retomadas de forma progressiva. "Saber que vamos retomar os trabalhos enche-nos de esperança mas não contem ver os 150 assalariados a movimentarem-se, ao mesmo tempo, na catedral", admitiu publicamente Patrick Chauvet, reitor da catedral. Para além do grupo de arquitetos, também têm estado no local vários responsáveis envolvidos no projeto. A ideia é melhorar as condições de salubridade da obra.

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"Vamos ter de repensar a parte dos chuveiros. Vamos alargá-la. Vamos também ter de rever os vestiários e a forma como os trabalhadores vão almoçar, uma vez que aqui está tudo fechado", informa Patrick Chauvet. Para além de terem de fazer a refeição do meio-dia no estaleiro, os operários de construção civil autorizados a regressar ao trabalho vão também ficar a dormir numa unidade hoteleira localizada nas proximidades do popular monumento parisiense, que se disponibilizou para acolher os trabalhadores nesta fase inicial. "Esta situação evitará que se movimentem, reduzindo os riscos de contaminação", avisa o religioso.

A partir de dia 4 de maio, em vez dos 170 funcionários habituais, serão cerca de 50 os que retomam a reconstrução do edifício de arquitetura gótica, danificado por um incêndio, que pode recordar de seguida, no dia 15 de abril de 2019. Apesar da redução, os coordenadores dos trabalhos estão confiantes. "Acreditamos que poderemos reabrir [a catedral] no dia 15 de abril de 2024, cinco anos após o fogo, uma data simbólica", refere Henri Chalet, o encarregado da obra.