Entre o índigo e o verde, o azul é uma das sete cores fundamentais do espetro. E, no mar, nas lagoas e no céu da Polinésia Francesa, apresenta-se em todo o seu esplendor, em tonalidades que despertam os sentidos e convidam à evasão. As brochuras das agências de viagem e as muitas imagens que circulam na internet e nas redes sociais não enganam. Este destino turístico é mesmo assim, sedutor e arrebatador desde o primeiro minuto.
Tahiti, a ilha mais desenvolvida de um dos quatro arquipélagos que formam a Polinésia Francesa, evoluiu nas últimas décadas. Modernizou-se e urbanizou-se mas as verdejantes colinas que lhe definem as formas, assim como as praias de palmeiras e areia fina, continuam praticamente intactas, sobretudo à conta de um turismo que tende a optar mais pelo mediatismo de outras ilhas, como Bora Bora, Moorea e até Rangiroa. Papeete, a capital, é contudo o ponto de partida ideal para uma viagem de descoberta.
Chegar à Polinésia Francesa a partir de Lisboa não é propriamente fácil. A forma mais simples implica ter de ir a Paris apanhar o avião da Air Tahiti Nui. A viagem demora 22 horas e inclui uma escala de uma boa centena de minutos em Los Angeles, nos EUA, mas o destino final vale cada segundo. Veja a galeria de imagens que mostra a beleza das paisagens das ilhas do sol e do monoi e também alguns dos melhores cenários para uma lua de mel de sonho.
Praias de sonho com areia… escura!
Para que as suas férias na Polinésia Francesa sejam perfeitas, o ideal é tirar o primeiro dia para descansar. Localizado a poucos minutos do aeroporto e da capital, o InterContinental Tahiti Resort & Spa, com as famosas cabanas com telhado de colmo dentro de água, reúne o melhor de todos os mundos. Este complexo luxuoso e verdejante integra três piscinas, sendo uma delas alimentada diretamente pela água da lagoa que circunda a ilha.
Nadar com uma variedade enorme de peixes de todas as cores e tamanhos é uma experiência que não vai querer perder. No dia seguinte, depois de uma visita à cidade e ao seu famoso mercado, contrate uma volta à ilha. A South Pacific Tours, que tem uma guia brasileira, comercializa circuitos que incluem os pontos de passagem obrigatórios, como é o caso das praias de areia branca de Punaauia e dos areais negros e vulcânicos da zona balnear de Arue.
Em busca do verde exótico dos trópicos
O farol da Ponte Venus, o trou du siffleur e as cascatas de Mahina, Papara ou Mataeia são, a par do parque botânico de Papeari, que reúne milhares de espécies botânicas, muitas delas exóticas, com um cheiro intenso e sedutor, marcos incontornáveis, tal como os marae de Faa’a e de Paea, templos de pedra onde, em tempos idos, se faziam sacrifícios humanos. A rota do monoi, produto que resulta da maceração da flor de tiaré com óleo de coco, é outra alternativa.
Ao longo de 22 etapas, este roteiro original contempla a passagem por campos de flores, plantações de coqueiros, ateliês botânico e, laboratórios de transformação, alguns deles ainda artesanais. Muitos dos turistas que visitam a ilha terminam o périplo com uma massagem dada por um tahua. Um dos atuais descendentes dos antigos guerreiros curandeiros da região. Depois de uma visita ao Museu do Tahiti e das Ilhas, nada como regressar ao centro de Papeete para jantar na praça das roulotes.
A poucos metros do mar e do porto, na Place Vai'ete, uma das mais animadas da cidade, uma impressionante profusão de carrinhas chama a atenção de quem passa. Pela movimentação, pelo fumo e pelos cheiros. Um verdadeiro festival de comida de rua, a preços convidativos, onde se podem provar algumas das mais autênticas e genuínas especialidades gastronómicas locais. Além do peixe fresco e do ceviche polinésio, não faltam pratos de influência francesa, como os crepes. O restaurante luxuoso que serve vinho do Porto é outra das propostas.
As pérolas negras que não existem em mais lado nenhum
A Gardenia taitensis é um dos principais ingredientes do monoi, um óleo perfumado hidrante, disponível na maioria dos mercados e das lojas da ilha. Para os habitantes locais, é um cuidado regenerador do corpo e da alma. Depois de o experimentar, é difícil resistir-lhe. Não admira, por isso, que os frascos deste produto sejam uma das recordações mais adquiridas pelos turistas.
Logo a seguir, vêm as pérolas de cultura do Tahiti. Mais conhecidas como pérolas negras, são únicas no mundo. Cultivadas nas lagoas das ilhas do arquipélago, exibem uma cor que resulta das condições específicas que resultam da temperatura, da salinidade e da oxigenação da água do mar, combinadas com nutrientes marítimos exclusivos. O Museu da Pérola, em Papeete, outro dos locais a visitar, exibe exemplares verdadeiramente sublimes.
Os coloridos pareos são outro dos souvenirs mais procurados. De tonalidades vibrantes, exibem grandes flores de tiaré ou pétalas de hibisco. Apesar de serem quase todos produzidos no estrangeiro, muitos são pintados à mão localmente. A baunilha, o café e o artesanato local, à base da bijutaria, da escultura e de entrançados de folha de palmeira, também figuram entre os produtos que dinamizam a economia local.
Flores brancas à entrada do avião
Com um clima tropical quente e húmido e temperaturas que oscilam entre os 24º C em junho e julho e os 28º C nos meses de dezembro a fevereiro, o Tahiti recebe mais de 2.500 horas de sol por ano. Apesar de todas as alturas serem boas para visitar a Polinésia Francesa, o período de inverno é o mais recomendado. Paraíso dos desportos e das atividades náuticas, é um destino de férias por excelência. Antes de viajar para lá, existem várias palavras que deve aprender.
É o caso de ia ora na (olá ou bom dia), mauruuru (obrigado), nana (adeus), e (sim) e ‘aita (não). Homem é tane e mulher vahine. Maeva significa bem-vindo e é precisamente essa a expressão que os comissários de bordo da Air Tahiti Nui, vestidos de um azul turquesa que remete para as águas do arquipélago, proferem quando os passageiros entram no avião e lhes oferecem uma flor de tiaré branca. A primeira das muitas que vão ver e cheirar ao longo de uma estadia que tem tudo para ser perfeita.
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