Na quarta-feira, 4 de dezembro, o Tribunal de Recurso de Paris negou o pedido de recurso de Charlotte Lewis no processo de difamação que enfrentava contra o diretor Roman Polanski.

A atriz britânica acusou Polanski de a ter violado quando era adolescente. Porém, o cineasta sempre negou as alegações e chamou Lewis de "mentirosa".

De relembrar que o polaco, de 91 anos, já enfrenta várias outras acusações de agressão sexual e violação.

Lewis recorrera da decisão do tribunal, mas como o Ministério Público não apresentou recurso, a decisão tornou-se definitiva. O tribunal deveria decidir se o cineasta era culpado de uma "falta civil" e, assim, obrigá-lo a pagar uma indemnização, mas concluiu que não houve essa violação.

"É uma decisão altamente questionável, pois concede a Roman Polanski uma espécie de licença para matar através da comunicação social", disse o advogado de Lewis, Benjamin Chouai, à agência France-Presse.

"Ele pode difamar, desacreditar e desprestigiar. Provavelmente continuará a fazer isso tanto contra Charlotte Lewis como a outras mulheres", declarou ainda.

Note-se que este processo não visava determinar se Polanski violara a atriz, mas apenas se ele teria abusado da sua liberdade de expressão durante uma entrevista à revista Paris Match publicada em dezembro de 2019.

Questionado sobre as acusações contra ele, o cineasta respondeu: "A primeira qualidade de um bom mentiroso é uma excelente memória. Charlotte Lewis é sempre mencionada na lista das minhas acusadoras, mas nunca apontam as suas contradições".

Relativamente à acusação de violação, salienta-se que em 2010, numa conferência de imprensa durante o Festival de Cannes, Lewis contou que foi agredida durante uma audição realizada em casa de Polanski, em Paris, quando tinha apenas 16 anos.

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