
Diogo Clemente deixou um (longo) recado aos seguidores da sua página de Instagram que se queixaram do facto de o músico, todos os dias, fazer diversas partilhas sobre o conflito entre Israel e Palestina, neste caso, a situação crítica que, atualmente, se verifica em Gaza.
"Tenho algumas pessoas a dizer-me que não me acompanham nas redes sociais porque há muita Gaza todos os dias. Pois então deixo a advertência. Eu não posso fazer nada mas o silêncio seria a última opção. Olho para os meus filhos a dormir e vejo a cara dos milhares que queriam a mesma paz, a dos meus filhos e a minha", começa por defender.
"Eu sou este, com as consequências que isso tenha neste jogo dos tempos de hoje. Pelo meu coração, pela Palestina e Israel, que conheço e por todas aquelas boas almas que me deram tanto em tão pouco tempo. Ridículo seria eu levar-me a sério a ponto de ignorar tudo e não ter peso. Eu não fui preparado para este cenário e nem para este tempo, ambição e velocidade", continua.
"Quero fazer música, criar coisas para dar aos outros, ser a melhor pessoa que conseguir e isso parece pequeno e nada, como comer uma laranja debaixo de uma árvore ao sol. Mas muito menos preparado fui para ficar em silêncio. No dia em que os meus filhos me perguntarem 'e nesses dias fazias o quê?' pelo menos não quero responder 'indiferença'. É uma escolha. Quando isto passar passou aqui também e com alívio", argumenta.
"Aos meus olhos este é o ponto mais desumano da história. Parece estúpido dizer isto. Mas não acho ser. Enormes atrocidades aconteceram na humanidade e sangrias abertas. Mas não haviam redes sociais, nem internet. Ninguém podia como agora, neste avião parado, abrir o telemóvel e estar nas ruas de Gaza e saber e ver como morrem as crianças, de fome, tiros, bombas e embrulhados em jornais. No dia em que se pôde entrar nos campos de concentração na Polónia o coração do mundo rasgou-se e abriram-se crateras emocionais sem par", realça.
"Gaza é um reality show, ninguém está na ignorância em tempo real. E ninguém para. Batem-se nas mesas e gritam-se em todos os parlamentos. Choram políticos, entidades nobres, supostos poderosos, génios, capazes, incapazes, choramos todos. E nada é maior do que aqueles dois e que o sistema de interesses montado. Isto vai ser assim até ao fim. Até ao fim vou rezar por cada um que se levante ao céu, como deve estar a acontecer neste segundo em que escrevo", lamenta.
"Dormir em casa e morrer em gaza não é igual. Amar também é partilhar dores. Partilhem. Durmam bem, meus anjos", completou.
Diogo Clemente, recorde-se, é pai de três filhos: Santiago, Benjamim e Guilherme, fruto do anterior relacionamento com a cantora Carolina Deslandes.
Esta sexta-feira, dia 11 de julho, o parlamento português rejeitou, com votos contra do PSD/CDS, Chega e IL todos os projetos de resolução que recomendavam ao Governo o reconhecimento do Estado da Palestina.
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