Lena D'Água prepara-se para lançar um novo álbum mas, enquanto este não chega ao público, levantou a ponta do véu ao que aí vem, com a divulgação da primeira música, 'O Que Fomos e o Que Somos', cujo videoclipe foi lançado no passado mês de abril.
Numa entrevista ao Fama ao Minuto, a cantora falou deste novo trabalho, do balanço que faz dos seus quase 50 anos de carreira e daquilo que ainda gostava de fazer a nível profissional.
O que é que este trabalho traz de novo face aos anteriores?
Este é mais um álbum gravado com as letras e música do Pedro da Silva Martins. [Quando pensei em fazer um novo álbum] isso tinha ficado combinado desde o princípio. Depois de 'Desalmadamente' [de 2019] o Pedro disse que tínhamos de fazer outro [álbum] a seguir. Ele é super criativo, estas novas canções chegaram a mim já há dois anos e o álbum é bem diferente do anterior.
O outro [álbum] era bastante pessoal. Este não deixa de ser [introspetivo] mas é um bocadinho diferente
E quando é que gravaram este novo trabalho?
Começámos a gravar em maio de 2023. Gravámos três canções nessa altura. 'O Que Fomos e o Que Somos' foi uma dessas, das primeiras a serem gravadas. Em novembro, voltámos ao estúdio para fazermos o resto do álbum e para regravarmos algumas coisas porque, claro, ao fim de seis meses há sempre uma ou outra ideia que pode ser melhorada.
Comparado com o último trabalho que lançou, em 2019 - 'Desalmadamente' - este é um álbum menos introspetivo?
Sim, o outro era bastante pessoal. Este não deixa de ser [introspetivo] mas é um bocadinho diferente.
Já está fechado o alinhamento do álbum?
A ordem ainda não está decidida, mas em princípio vão ser onze canções, apesar de nem todos estarem de acordo que entrem todas as músicas, em especial uma. Eu estou de acordo, acho que devem entrar as onze.
Porquê essa em específico?
Porque é um rock e eles estão com algumas dúvidas. Eu não tenho dúvidas nenhumas. Esse tema é giríssimo.
Tenho imensa vontade de mostrar o resto do álbum, até pela repercussão do primeiro single. Há muitas pessoas a sentirem estas palavras
A Lena decidiu voltar a trabalhar com o Pedro da Silva Martins, portanto, pode-se dizer que é uma parceria de sucesso...
Sim, e desta vez ele também gravou em estúdio. Da outra vez - com o álbum 'Desalmadamente' - deu-nos as canções e nós fizemos os arranjos e gravámos. O outro disco, até sair, foram dois anos e pouco. Diferente deste, que vai demorar um bocadinho mais porque resolvemos deixá-lo para a seguir ao verão. Vai sair entre setembro e outubro.
Tenho imensa vontade de mostrar o resto do álbum, até pela repercussão do primeiro single. Há muitas pessoas a sentirem estas palavras.
[Esta música] nem foi o meu primeiro amor (...) sou mais apaixonada pelos 'lados B', com aquelas músicas em tom menor... mas acabámos por escolher este. Achámos que seria uma escolha inesperada
E será divulgado mais algum 'single' antes de ser lançado o álbum completo?
Sim, vamos lançar mais um em meados de junho, por altura do meu aniversário [16 de junho], muito diferente do primeiro. O segundo single é muito dançável. Vai ser 'fixe' para as festas de verão. Este álbum é muito diversificado, tem músicas bastante diferentes entre si.
Esta é uma profissão 'tramada'. Nós somos recibos verdes a vida toda, não temos ajudas para almoçar nem para se ficarmos doentes
Porque é que escolheram esta música, 'O Que Fomos e o Que Somos', para 'apresentar' o álbum?
Nem foi o meu primeiro amor, mas o outro amor que eu tenho neste disco também tem alguma coisa a ver com este tema. Eu normalmente sou mais apaixonada pelos 'lados B', com aquelas músicas em tom menor... mas acabámos por escolher esta.
Achámos que seria uma escolha inesperada. Lembrando-nos daqueles que foram os 'hits' de 'Desalmadamente' - 'A Grande Festa' e 'Hipocampo' - estes não têm nada a ver e também por isso achámos uma boa escolha, diferente.
Com quase 50 anos de carreira consolidados, como é que olha para o futuro?
Já estou aqui a pensar em ideias para os 50 anos, que comemoro em 2026. Vão existir três ou quatro coisas diferentes para a comemoração. Provavelmente um terceiro álbum com o Pedro da Silva Martins, para termos uma trilogia, mas se assim for, este álbum não poderá demorar tanto tempo como os outros dois.
Já sobre o futuro da profissão... Esta é uma profissão 'tramada'. Nós somos recibos verdes a vida toda, não temos ajudas para almoçar nem para se ficarmos doentes. Se não tivermos concertos não ganhamos dinheiro, não há rendimento fixo.
Apesar de gostar de gravar em estúdio, é ao vivo que é tudo mais autêntico: Não dá para repetir nem melhorar, é muito dinâmico. E ter o público também é importante
O que é que sente que, a nível profissional, ainda lhe falta fazer?
Há uma coisa que eu quero muito fazer, que é um disco ao vivo. Eu já tenho um, que saiu em 2007 - 'Sempre' - e que foi gravado no Hot Clube, na Praça da Alegria, logo à primeira. Essa foi uma noite fantástica. Mas gostava muito de fazer outro. Apesar de gostar de gravar em estúdio, é ao vivo que é tudo mais autêntico: Não dá para repetir nem melhorar, é muito dinâmico. E ter o público também é importante.
Onde é que os seus fãs a podem ver ao vivo nos próximos tempos?
A 19 de maio vou estar em Angra do Heroísmo, na Ilha Terceira, com o Benjamim. Depois no dia 25, estrei em Faro, e no dia 1 de junho em Lisboa, na FNAC Live, nos Jardins da Torre de Belém.
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