Ruben Rua foi, a par de Pedro Teixeira, David Carreira e João Cajuda, uma das personalidades masculinas nacionais escolhidas pela Dolce & Gabbana Beauty para promover o novo perfume da marca, K, que tem o manequim, blogger e empresário italiano Mariano Di Vaio como embaixador internacional. Em entrevista ao Modern Life/SAPO Lifestyle, à margem do lançamento, o apresentador de televisão de 32 anos fez revelações surpreendentes.
É fã de perfumes? É capaz de sair de casa sem perfume ou nem por isso?
Sou fã, desde miúdo. Lembro-me, desde muito novo, de levar o do meu pai, porque gostava de usar. Hoje em dia, não sou capaz de sair de casa sem colocá-lo como ainda faço pior. Não sou capaz de tomar um banho e de não pôr perfume, mesmo que fique em casa. E uso muito! Como tenho dificuldades em sentir o meu próprio cheiro, uso demais. Para mim, acho que está bom mas, por vezes, as pessoas à minha volta acham que me perfumei demasiado.
E é fiel nos perfumes ou gosta de variar?
Vario. Sou fiel aos perfumes de que gosto mas sou capaz de usar uns dias um e nos outros dias outro. Tem muito a ver com o meu estado de alma, tem a ver com a roupa, tem a ver com o que tenho para fazer durante o dia... Acaba por ser quase como um acessório! Nós também não usamos sempre o mesmo relógio nem sempre a mesma pulseira e o perfume acaba quase por completar o look.
Em termos de cosméticos em geral, também é assim exagerado ou, por norma, é mais moderado?
Acho que sou um utilizador equilibrado. Faço aquilo que eu acho que a maioria dos jovens e dos homens deveria fazer, que é usar um hidratante corporal e um hidratante de rosto diário e ter o cuidado de todos os dias à noite lavar muito bem a cara e aplicar um creme antes de dormir. Se calhar, isto para alguns homens poderá soar um bocadinho demais mas eu acho que, em 2019, o errado é não cuidarmos de nós.
Nenhum homem quer envelhecer tão rápido. Nós queremos todos envelhecer bem, queremos ter saúde e a saúde da nossa pele, do nosso corpo e da nossa alma passa também pelo cuidado que temos connosco. Desde que não seja a única coisa que tenha na minha vida, não acho uma futilidade retirar algum tempo do meu dia para cuidar de mim...
E usa só os seus ou, às vezes, também vai aos da namorada?
Não, graças a Deus, estou bem apetrechado e safo-me com os meus.
Mariano Di Vaio, o embaixador deste perfume, é um homem de família e também um empreendedor que lançou a sua própria marca de moda. No seu caso, já esteve envolvido em vários projetos do mesmo género, já desenhou sapatos, malas, óculos... Tem novidades em preparação a este nível?
Depois dos óculos, das malas, do lançamento de um livro, da apresentação, da moda, dos projetos digitais em que estou envolvido e do curso [é formado em ciências da comunicação pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa], falta-me a família!
Fazendo aqui uma analogia com o Mariano, pelo que conheço do percurso dele, que me parece ser um percurso muito empreendedor e muito inteligente, criou uma marca, conseguiu perceber a força da comunicação digital e juntou o melhor dos dois mundos. No meu caso, falta-me a família. O Mariano é um homem casado, vai para o terceiro filho. Eu tenho que arranjar a mãe e, depois, pensar na família mas está tudo encaminhado...
Ser pai é um projeto a curto prazo?
Nunca escondi que gostava de ser pai! Acho que a maioria dos homens da minha idade partilham desse mesmo desejo, mas acho que as coisas têm que ser feitas de uma forma estruturada, pensada e não precipitada. Eu não o escondo e vocês sabem que estou numa fase muito feliz da minha vida [namora com a atriz Amanda Amorim] e espero que essa felicidade seja contínua e que no futuro isso possa acontecer.
Não tem que ser já mas gostava que acontecesse. Confesso, no entanto, que não gostava de ser um pai demasiadamente adulto. Gostava de ter a paciência, a disponibilidade, o tempo e a energia para acompanhar o crescimento dos meus filhos até ao mais longe possível. Neste momento, ainda é difícil falarmos sobre este tema...
E em relação ao design de acessórios de moda, como estamos? Neste momento, há algum projeto concreto a esse nível no qual esteja a trabalhar?
Desde muito cedo que, pelo facto de ter tido um caminho longo e bem sucedido como modelo e de, paralelamente, ter crescido na televisão, aumentado o meu mediatismo e ter tido o meu crescimento digital, isso fez com que algumas marcas quisessem trabalhar comigo ou, por ser embaixador da marca A ou B e existir esse casamento, assinar uma linha ou uma coleção. Fiz isso com a André Ópticas com os óculos. Fiz isso com a Rufel com as malas.
Nunca escondi que tenho esse gosto e que vejo com bons olhos a possibilidade de criar a minha própria roupa ou os meus próprios acessórios. Muito honestamente, hoje não tenho nenhuma parceria a acontecer, mas não escondo a possibilidade de avançar em private label e de criar a minha própria marca. É um projeto que está mais ou menos na gaveta mas que, talvez, possa ter seguimento no próximo ano.
Já falou aqui por diversas vezes dos seus projetos digitais. O Instagram, onde soma quase 400.000 seguidores, é um deles. Qual é a relação que tem com as redes sociais neste momento? Lê os comentários que as pessoas fazem nas suas publicações, por exemplo?
Sempre li todos os comentários que fazem nas minhas publicações. A prova disso é que eu ponho sempre o meu like em todos os comentários que entram nas minhas publicações. Faço isso, não para dizer que gosto deste ou daquele comentário, mas como sinal de respeito e de confirmação perante o meu seguidor, para que ele saiba que li o comentário dele.
Leio todos os comentários que fazem nas minhas fotos e, regra geral, só os elimino se for um comentário insultuoso, que me insulte a mim ou a outra pessoa, o que geralmente acontece muito raramente. Mesmo que o comentário não seja forçosamente elogioso, deixo-o lá ficar porque as redes sociais são democráticas, são livres e cada um publica o que quer e comenta o que quer...
Mas fica afetado quando se depara com um comentário menos positivo ou, para usarmos o slogan deste perfume, que tem uma tampa em forma de coroa, é o seu próprio rei e passa à frente?
Quem está na arena ou quem está na vida de uma forma mais pública, como eu, tem que estar preparado para que nem todas as pessoas gostem de nós. Tem que estar mentalizado que as nossas ações nem sempre agradam a toda a gente. É normal que haja uma ou outra pessoa que não goste de alguma coisa e que, como está numa rede social, até o possa comentar.
Sinto-me feliz por, na maioria do meu percurso até hoje, pela maioria dos comentários que li, de uma forma geral, o público gostar daquilo que faço e reconhecer o meu trabalho. Mas tenho de estar preparado para saber ler uma crítica menos positiva e, às vezes, isso até acaba por ser um medidor daquilo que andamos a fazer. Se, de repente, as pessoas estão muito afastadas ou com comentários muito depreciativos, se calhar é porque não estive bem e, como humano que sou, tenho direito a errar e a seguir em frente. Mas quem está na arena tem que estar protegido.
E tem que saber exatamente o que valorizar e como o valorizar. Eu ouço muito as pessoas que gostam de mim, aquelas que me amam, a minha família, os meus amigos... E ouço muito as pessoas que realmente sabem sobre determinado tema. Os outros, respeito o comentário deles, mas faço por tentar que não me influencie. Sei aquilo que sou e sei aquilo que eu quero...
Estamos em plena rentrée televisiva, tem, neste momento, projetos novos para avançar em televisão?
Terminei um projeto muito recentemente, o "Like me", em finais de agosto. Passou sensivelmente um mês. A TVI, que é o canal onde estou hoje, passou por uma grande mudança nas últimas semanas. Mudou a direção, com quem me vou reunir na próxima semana e, neste momento, não tenho uma novidade concreta de um programa A, B ou C que eu possa vir a apresentar. Mas vamos conversar e perceber por que caminhos é que vamos construir o futuro e acredito que as novidades cheguem a seu tempo, nos próximos meses.
A direção da TVI proibiu alguns dos seus colaboradores de ir ao programa das manhãs da SIC, apesar de haver colegas seus, como a Fátima Lopes, que já se insurgiram publicamente contra essa interdição. Se a Cristina Ferreira, de quem é amigo pessoal, o convidasse para ir ao programa dela, ia?
Neste momento, estou ligado contratualmente à TVI. Por isso, nem sequer sei se é uma possibilidade estar em noutros programas que não os do próprio canal. A minha amizade com a Cristina é uma amizade infinita mas temos que saber estar, não só na vida pessoal mas também na profissional. O meu canal hoje é a TVI e é uma casa onde sou muito feliz.
A boa forma física que evidencia em muitas das fotografias que publica nas redes sociais deve-se apenas ao desporto, aos cuidados com a alimentação e à sua genética ou já recorreu às tais substâncias anabolizantes de que tanto se tem falado ultimamente para conseguir um corpo mais musculado?
Nunca tomei nenhuma substância anabolizante na minha vida. Tomo suplementos multivitamínicos, ómega-3... Tenho fases em que até posso tomar uma proteína pós-treino mas nunca recorri a nenhuma substância ilícita. Sempre fui alto e magro, a genética ajuda. Olhando para os meus pais, a minha mãe, com 60 anos, nunca fez exercício físico e está bem. O meu pai é uma pessoa que treina habitualmente e tem uma estrutura magra como a minha.
Eu até sou um caso inverso. Tenho de treinar para me manter assim porque, se não treinar, começo a ficar cada vez mais magro, chegando a um ponto em que eu também já não gosto. Tenho a noção que toda a gente acha que eu fecho a boca, que como muitas saladas e que faço muita dieta, o que não é verdade. Como bem, como tudo aquilo de que gosto. A verdade é que também treino bem e não o escondo, além da genética familiar, que é uma bênção.
Tem uma cicatriz na perna…
Sim, no joelho esquerdo! Fi-la quando joguei andebol e tive uma lesão grave no joelho. Fiz uma rutura do ligamento cruzado anterior, que é a pior que se pode ter, e, na altura, fui operado. Tive uma recuperação chata de seis meses e, por isso, fiquei com uma cicatriz no joelho...
Ter essa marca aborrece-o?
Não me aborrece nada. É uma marca de vida! Como modelo, sempre que um cliente queria, limpava-a com Photoshop [programa de tratamento digital de fotografias] mas é algo que nunca pensei em tirar. Gosto dessa marca, faz parte de mim... Foi uma lesão que me doeu muito, a vários níveis, está cá e estará até ao fim. Tenho uma na cabeça, uma na testa e uma no cotovelo. São marcas de guerra e estamos cá para isso...
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