
Cristina Ferreira conduziu o espaço de comentário na 'Crónica Criminal' do 'Dois às 10', na segunda-feira, dia 2 de junho, e falou sobre o caso de Conceição Figueiredo, de 69 anos, que foi encontrada já sem vida, em Oliveira do Bairro, depois de ter sido dada por desaparecida há duas semanas.
"Temos mesmo que avisar as pessoas que hoje em dia é muito complicado, mesmo relações que podem ter sido de amor (do que quer que seja), quando já entram na fase de perseguição, de algum controlo, é preciso a polícia estar avisada, os familiares estarem avisados...", começou por manifestar a apresentadora da TVI.
"Não sei se esta mulher, depois do baile, entrou num carro com ele. E aí, se calhar, é que se pôs a jeito para que isto acontecesse. Portanto, hoje em dia é mesmo não confiar em ninguém, nem na pessoa de quem mais gostamos", acrescentou.
Palavras que geraram uma 'onda' de críticas, por dizer que a vítima "se pôs a jeito". Entretanto, a apresentadora fez questão de reagir à polémica.
"Não tenho por hábito comentar polémicas da internet mas como não posso compactuar com a desinformação e a caça ao 'like', tenho de me manifestar. Ontem, na 'Crónica Criminal' do programa, espaço que nos últimos anos muito tem contribuído para a informação, alerta e até mudança na justiça portuguesa, falámos, infelizmente, de mais uma mulher morta. Na sequência do debate, falei dos tempos que correm e de como não podemos já confiar em ninguém. O alerta tinha o propósito da defesa de cada um de nós em relação a desconhecidos ou relações abusivas e controladoras. A frase 'pôs-se a jeito' usada, no contexto, tinha tudo menos o propósito de culpabilizar a mulher, aliás o que se pretende é exatamente o contrário", começou por explicar.
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"Retirada do contexto, a frase, provocou uma avalanche de partilhas e discurso de ódio, que vão exatamente no sentido contrário daquilo que apregoam algumas das vozes que se manifestam no combate à violência. O apontar do dedo e a procura do erro no outro, de forma enviesada, não contribui para o para o combate, necessário e urgente, da violência doméstica. Estimular discursos de ódio não favorecem uma sociedade melhor. A voz de cada um deve ser usada para a criação de empatia, discussão informada e alteração de comportamentos, que infelizmente me parecem viver um retrocesso", acrescentou.
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"Posto isto, vou continuar, no espaço que tenho profissional, a usar a minha voz e a dos meus convidados, psicólogos, advogados e inspetores da polícia, para o alerta, a informação e divulgação de tudo o que nos pareça essencial para uma sociedade melhor. Trabalho que faço há 20 anos. É no amor que evoluímos. Nunca no ódio", escreveu, por fim.
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