
"Descubra as semelhanças entre o ódio português e o ódio no mundo." Foi com estas palavras que Sandra Felgueiras começou a publicação que fez na sua página de Instagram, este domingo, dia 22 de junho, tendo juntado à partilha uma montagem fotográfica de Joana Marques e dos Anjos (os irmãos cantores Sérgio e Nelson Rosado).
A jornalista da TVI fez questão de se manifestar publicamente sobre o julgamento que envolve a humorista e os cantores.
"A liberdade é o maior legado de qualquer democracia. Mas a liberdade tem limites. E são claros: termina onde começa o ódio. Quando o ódio se converte em palavras que podem gerar ações, violência e, no limite, conduzir ao terrorismo. O terrorismo é o ato de infligir o medo pela inexistência de limites ao ódio indiscriminado sobre civis. É a ausência de qualquer humanidade. De qualquer racionalidade. É o vazio moral", começou por escrever, referindo depois a notícia que está a marcar o dia, o ataque dos EUA a locais nucleares no Irão.
"É por esta razão que se iniciam guerras de proporções inimagináveis como estamos a assistir com a entrada em cena dos Estados Unidos no conflito entre Israel e o Irão. A ameaça é a capacidade nuclear do regime liderado pelos Ayatollah. Esses líderes supremos que não são eleitos e declararam morte a Israel e aos Estados Unidos desde 1979. Esta declaração é uma declaração de ódio, como todas as declarações que ecoam entre neo-nazis. Mas não só", argumentou.
"Sei que fica bem dizer que o humor é uma arte que tem de ser respeitada porque, não aceitar este argumento, é por em causa a liberdade. Essa tão famigerada liberdade pela qual esta geração lutou imenso desde o ventre das suas mães. É tudo lindo quando não é connosco. Quando o discurso de ódio, travestido de neo-nazi, de ayatollah ou humorista, não nos toca a nós. Se a humorista fosse uma criança na escola, estaríamos todos a concordar que ela faz bullying. Ou seja, usa as palavras para atingir gratuitamente o outro", acrescentou.
"O que muda no caso dos Anjos? Eles não são crianças e são figuras públicas. Esta dupla condição já ditou a vitória de Joana Marques em tribunal. Não, não foi crime. E sim, eles puseram-se a jeito. Ah! Desculpem. Imaginem que eu agora diria isto de uma mulher que foi violada porque estava de mini-saia em público? Imaginem que ninguém intervinha ou que ainda aplaudiam o ódio que ia nas veias de quem a violava?", comtinuou.
"Não, não é comparável. Os atos são sempre diferenciados, mas a génese é a mesma: chama-se ódio. Não tem um propósito benéfico à sociedade como deve ter todo o jornalismo, nem de criar algo novo. Alimenta-se da gaffe para denegrir. São todos os humoristas assim? Claro que não! A maioria sabe que as palavras geram atos", pode ler-se, por fim.
Um comentário que gerou várias reações na caixa de comentários. Veja abaixo:
A razão que levaram a dupla Anjos a colocar um processo em tribunal contra Joana Marques
Na base desta guerra judicial está um vídeo partilhado por Joana Marques, que mostrava partes da atuação da dupla - Nelson e Sérgio Rosado - antes de uma prova do MotoGP em Portimão. Nas referidas imagens, os Anjos cantaram o hino nacional e o vídeo publicado pela humorista continha partes de reações do júri do programa 'Ídolos'.
Os cantores decidiram avançar com o caso para a Justiça, justificando que Joana Marques foi a responsável por vários concertos cancelados, parcerias com marcas que não se concretizaram e que continuam a receber mensagens de ódio.
Já foram várias as caras conhecidas que se manifestaram sobre este caso mediático, entre elas Bárbara Guimarães, Filomena Cautela, Katia Aveiro, Bruno Nogueira, Manuel Luís Goucha ou Cristina Ferreira.
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