A atriz Graça Lobo, fundadora da Companhia de Teatro de Lisboa, morreu na segunda-feira, dia 9 de setembro, em Torres Vedras. Tinha 85 anos.
"Entre as figuras que representaram uma determinada ideia do teatro, do espetáculo, ou até do espaço público, Graça Lobo esteve sempre do lado do cosmopolitismo, do 'glamour', da provocação e da alegria de viver", lembrou o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
"A Companhia de Teatro de Lisboa, que fundou com Carlos Quevedo, privilegiou um reportório anglófilo e satírico, e mostrou-nos a faceta dramatúrgica de Miguel Esteves Cardoso. Deixa-nos na memória, inconfundíveis, uma presença, uma voz e um gosto pela liberdade", lê-se numa nota publicada no site da Presidência da República.
"A Graça Lobo (1939-2024) tinha muita, muita graça. Só depois de escrever esta frase dou conta do fraquito jogo de palavras: Graça, graça. Mas saiu espontâneo. Ela tinha mesmo muita graça. E achei-lhe graça em duas peças das quais me lembro com uma limpidez polida", referiu o escritor Rui Zink, na sua conta de Facebook.
"No meu meio cheio de tiques de flanela aos quadrados & óculos de massa & sessões-sezões na Cinemateca não era de bom tom gostar dela, tal como não era de bom tom gostar dos romances da Rosa Lobato Faria ou achar a Rita Ferro uma bela escritora. Eu sempre lhes achei graça e reconheci frequente (por vezes irritantemente frequentíssimo) estado de graça. E eu gostava dela. Um bocadinho 'tia' e anglófila (tal como a Filomena Mónica) e exagerada para o meu gosto, mas tinha too much. E, numa sopa de letras cheia de tretas e falta de sal, too much é preciso."
Já a ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, lembrou o "talento e versatilidade" de Graça Lobo que a tornaram "uma referência para várias gerações de atores e encenadores que com ela trabalharam".
"O seu legado será para sempre recordado como um exemplo de liberdade, dedicação, talento e paixão pela arte de representar", lê-se num comunicado da ministra.
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