Tratamento

Durante as etapas do tratamento é benéfico para a criança ou adolescente ter apoio, não só por parte da família mas também dos profissionais de saúde da unidade hospitalar (médicos, enfermeiros, assistente social, psicólogo, nutricionista) que poderão ajudar a compreender a doença e a superá-la da melhor forma.

Na medida do possível, é importante que a criança mantenha as actividades que realizava antes do diagnóstico e que possa estar em contacto com os amigos e outros familiares de forma a não se sentir tão isolada e excluída do meio social onde estava inserida.

Após o Tratamento
Com os avanços actuais da Medicina nesta área, o diagnóstico de cancro na criança já não é sinónimo de perda inevitável. Cada vez mais são conhecidos casos de sucesso e este pode, sem dúvida, ser o prognóstico do seu filho.

Agora é altura de repor o equilíbrio na sua vida familiar e ajudar a criança ou adolescente a retomar as actividades que suspendeu durante todo o período de luta contra a doença. Amigos, escola e família são marcos importantes para o seu equilíbrio e cujas relações deverá recomeçar.

A reacção das crianças é variável e os pais terão de estar preparados para o que se avizinha. Algumas crianças podem reagir de forma natural e entusiasmada no fim dos tratamentos (retomando as suas actividades com vontade e alegria), outras podem assumir uma postura mais madura para a idade (fruto das mudanças pelas quais passaram), outras podem ainda fechar-se num universo próprio (evitando o contacto com o mundo exterior). O importante é que se mantenha sempre ao lado dela no papel de pai, confidente e amigo, dando-lhe liberdade, incentivos e autonomia para prosseguir com a sua vida!

Se a criança mostrar alguma reticência nesta fase, ou os pais entenderem que ela tem dificuldades acrescidas em abrir de novo a porta ao mundo, procurar ajuda especializada pode ser vantajoso.

Num momento de recaída
Quando há uma recaída e a doença volta a surgir, apesar dos tratamentos realizados após o primeiro diagnóstico, pode ser difícil lidar com a situação com que se depara e aceitar esta nova realidade.

Não perder a calma é importante. Numa altura em que é grande a esperança depositada na eficácia dos tratamentos, a notícia de uma recaída chega como um choque e uma grande decepção. Não baixar os braços, não alarmar a criança e manter-se informado sobre as opções de tratamento serão boas opções a tomar.

Nesta fase, a rotina de tratamentos e acompanhamento hospitalar poderá ter que ser retomada e novamente interrompidas as actividades sociais, escolares e profissionais da criança e da sua família.

Em fase terminal
Dor e recusa em aceitar a ideia de que “a doença entrou numa fase terminal” são sentimentos comuns entre os pais.
A esperança criada até ao momento desvanece-se e é altura de enfrentar o pior dos receios. Ter que lidar com a ideia de perder o filho e de o preparar para um fim que se aproxima pode resultar num conflito interno que leva os pais a um misto de desespero e angústia da separação. O que fazer agora? Como gerir a ideia de que o fim está para breve? Preparar a criança ou não? Estas são algumas das questões que podem surgir nesta fase.

Passar o tempo que lhe resta com o seu filho, da melhor forma possível e com tudo aquilo a que têm direito na condição de pais e filhos, é fundamental. É tempo para lhe dar todo o carinho, dizer-lhe tudo o que lhe venha à alma e mostrar-lhe todo o amor que sente por ele.

Preparar a perda de um filho é contra-natura, mas é importante que os pais tenham tranquilidade suficiente para avançar com este passo. Nesta fase, é essencial garantir à criança uma morte digna e com o mínimo de sofrimento possível. O conselho dos especialistas poderá ser fundamental nesta altura.

Conteúdo retirado do portal PIPOP (www.pipop.info), um projecto da Fundação Rui Osório de Castro (www.froc.pt)