Desde sempre que adoro esta época, do frio, das rabanadas, das luzinhas, dos enfeites e do espírito vivido entre todos. Agora, com dois pequenos é sem dúvida melhor, mais sentido, mais vivido.

A excitação começa quando fazemos a árvore de Natal, que por imposição do João é em meados de novembro e prolongada até aos limites de janeiro. Acho mesmo que por ele a Árvore estava sempre presente na nossa sala, todos os meses, os 365 dias do ano. Depois da Árvore grande estar concluída, vamos às mais pequenas, uma pequenina para o João, com direito a enfeites adequados ao seu tamanho e escolhidos por si, e outra mini para o Tomás, e colocadas nos respetivos quartos. O João vibra com tudo, com a sua Árvore , já o Tomás com os seus irrequietos 18 meses, acha piada no inicio e depois começa a querer desmontar e desfazer tudo. E seguem-se umas longas semanas de grande tentação e tentar que nada seja desfeito, atirado, mexido ou até mesmo partido.

O pequenito ainda delira quando vê a árvore toda iluminada e a brilhar. Aponta, tenta dizer algo, aponta mais alto e com mais dedos, tenta exprimir-se e solta algumas palavras exclamativas do seu reduzido vocabulário. Mãos ao ar, cabeça a abanar, gritinhos, excitação, e uma espécie de dança à volta da árvore mágica

Depois segue-se a a carta ao Pai Natal. Depois de muita pesquisa, investigação exaustiva, escolhas difíceis e traiçoeiras, é escrita uma carta, onde enumera as escolhas selecionadas para si e para o irmão (de acordo com as suas preferências), e explica porquê é que merecem os presentes e não uma cebola ou uma batata.

A quantidade de presentes que recebem é enorme. Já sentia isso quando era só o João e agora é a duplicar. Por vezes até são presentes repetidos e sinceramente acho que não dão a devida importância. Assim, costumamos guardar bastantes e durante o ano vamos dando em alturas especiais, como por exemplo quando largou as fraldas e cada vez que pedia para ir à casa-de-banho com sucesso, ou quando dormia a noite toda sem chupeta.

Nesta altura também escolhem um brinquedo, que não esteja partido ou estragado, e juntamente com um cabaz feito em casa de bens alimentares e vestuário entregamos na igreja. Tentámos que percebam que nem todos têm a sorte que nós temos, e que especialmente esta altura (bem como todo o ano) é mais de dar do que receber.

Marta Andrade Maia

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