O baby blues é um período relacionado com a grande mudança trazida pelo nascimento. É descrito como uma fase passageira de adaptação ao papel materno. Pode definir-se como um estado que resulta de mudanças de humor relacionadas com a reorganização hormonal e metabólica da vivência do parto, segundo a investigadora Rita Luz.

Sintomas e fatores de influência

O baby blues verifica-se perante menor capacidade imediata da mulher assumir o seu papel enquanto mãe logo a seguir ao nascimento, lidando com sintomas como: choro fácil, irritabilidade, fadiga, ansiedade e tensão, insónias e perda de apetite.

«As mulheres estão muito sensíveis e há qualquer coisa à flor da pele», frisa a investigadora Rita Luz. «Porque não se sentem (super) felizes, acabam por se sentir culpabilizadas», refere a investigadora.

O internamento hospitalar e o próprio cansaço do parto e dos cuidados ao recém-nascido também interferem no estado emocional da mãe. Por outro lado, muitas vezes, a própria personalidade do bebé «desajuda» os pais na aprendizagem das tarefas, continua Rita Luz, pois há recém-nascidos que demoram mais tempo a regular os sonos, as cólicas, a alimentação, criando dificuldades na adaptação do casal ao bebé e vice-versa.

Em resumo, «por vezes as coisas não são tão fáceis como se teria imaginado, daí ser tão importante o pai ser logo incluído desde a gravidez, para nesta fase poder estar com a mãe e apoiá-la nas tarefas», acrescenta Rita Luz.

Números

Estudos de incidência estimam que 50 a 80 % das puérperas tem o que os técnicos designam por baby blues, situação que ocorre em mulheres saudáveis, física e psicologicamente.

Embora visivelmente cansadas, há mães que demonstram estar tranquilas a seguir ao parto. «Têm um conceito de si próprias como sendo mais eficientes, têm mais segurança e estão disponíveis para lidar com situações de imprevisto», mesmo reconhecendo que precisam de ajuda da parte dos técnicos, explica Rita Luz.

Texto: Ana Margarida Marques

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