Há cada vez mais pais com sintomas de esgotamento físico e emocional, uma condição que se tem vindo a agravar nas últimas décadas e que está atualmente a preocupar muitos especialistas, como é o caso de Joana Martins. Em entrevista à edição de outubro da revista Prevenir, já nas bancas, esta médica pediatra explica o impacto desta situação, fruto das exigências e da vida agitada dos dias que correm, no quotidiano das famílias.
"Tornou-se comum falar de mães e pais cansados, sem recursos para a tarefa de educar nem confiança nos próprios instintos, mas, erradamente, não se dá o devido valor ao problema", critica a especialista. "Face a quotidianos complicados, marcados pela falta de tempo livre, a nova visão da parentalidade [assente na filosofia da parentalidade positiva] veio aumentar a pressão nos pais para serem ainda mais competentes", refere ainda.
"O problema é que muitos associam essa competência a ideais de perfeição e isso não existe. Ao não conseguir atingi-la, ficam frustrados, sentem-se perdidos e seguem, erradamente, comportamentos que os tornam ainda mais vulneráveis", condena Joana Martins. Para prevenir o problema, além de fazer uma autoanálise, aconselha os pais a descansar e a pedir (mais) ajuda. "Não existem crianças felizes com pais tristes e cansados", adverte.
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