A governante citou dados de 2021 para referir que 79% das crianças envolvidas em trabalho infantil estão nas áreas da agricultura, caça, pescas, silvicultura e em trabalhos perigosos como garimpo, reiterando ser urgente erradicar essa forma de exploração.
“O nosso desafio é a economia informal” precisou Margarida Talapa, na abertura da conferência nacional sobre o combate às piores formas do trabalho infantil, na cidade de Chimoio, centro de Moçambique.
“Se o trabalho infantil é muitas vezes encarado como um problema social, com causas maioritariamente económicas, é importante notar que, num mercado cada vez mais competitivo, o uso de mão-de-obra infantil pode conduzir à proibição de produtos no mercado internacional, por se considerar concorrência desleal e nociva”, alertou.
“Já produzimos uma lista dos trabalhos considerados perigosos para crianças e já a introduzimos na proposta de revisão da lei do trabalho (depositada na Assembleia da República)”, referiu Margarida Talapa.
Lucas Mangrasse, vice-ministro moçambicano da Ação Social, disse que estão a ser assistidas mais de 1,7 milhões de famílias em situação de pobreza desde 2021, com o objetivo de reduzir a vulnerabilidade das crianças e o trabalho infantil.
Dados do inquérito sobre a violência contra a criança, lançado em 2021, e esta sexta-feira consultado pela Lusa, indicam que 7% das raparigas e 22% dos rapazes com idade entre 13 e 18 anos já trabalharam em atividades remuneradas, em espécie ou valores monetários.
Moçambique participa em maio na Quinta Conferência Global sobre Trabalho Infantil, em Durban, África do Sul, e o encontro de Chimoio visa consolidar a informação nacional sobre o tema.
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