Os alunos da Escola Secundária Infanta Dona Maria, em Coimbra, realizaram 650 exames e a média das provas foi de 15,01 valores (numa escala de zero a 20), colocando o estabelecimento de ensino em primeiro lugar na lista que ordena apenas as médias nas escolas públicas e em 34.º lugar de uma tabela que junta ensino privado e público.
Em relação ao ano anterior, os estabelecimentos de ensino público voltam a descer — agora dois lugares – na tabela que prioriza as médias dos alunos nos exames nacionais do ensino secundário (no ano passado, a primeira pública ocupava o 32.º lugar), segundo uma análise realizada pela Lusa com base em dados do Ministério da Educação.
Os alunos da Secundária Eça de Queirós, na Póvoa do Varzim, obtiveram a segunda melhor média no ensino público (14,76 valores), seguindo-se a Escola Básica e Secundária D. Filipa de Lencastre, em Lisboa, segundo a tabela realizada pela Lusa, onde não aparecem as escolas secundárias com menos de 100 exames realizados.
Estes são três estabelecimentos de ensino que aparecem com frequência no topo das listas das escolas públicas com melhores resultados nos exames. Tanto a Infanta Dona Maria, em Coimbra, como a Filipa de Lencastre, em Lisboa, situam-se em bairros privilegiados das duas cidades e a maioria dos seus alunos pertence a classes socioeconómicas mais favorecidas.
No geral, as escolas públicas voltam a descer na tabela geral que compara resultados médios dos alunos de estabelecimentos públicos e privados nos exames nacionais, mas as médias subiram em relação ao ano anterior. Este fenómeno registou-se tanto nos colégios como nas escolas públicas: as médias no privado foram de 14,39 valores e no público de 12,89 valores.
À exceção de Matemática Aplicada às Ciências Sociais, as notas dos exames melhoraram em todas as disciplinas devido às novas regras impostas pelo impacto da pandemia de covid-19, que obrigou à suspensão das aulas presenciais entre o final do 2.º período e primeiras semanas do 3.º período.
No ano passado, os testes tinham perguntas obrigatórias e outras opcionais permitindo aos alunos escolher as questões em que se sentiam mais seguros, sendo que só eram contabilizadas as melhores respostas.
Além disso, as provas só eram exigidas a quem quisesse seguir para o ensino superior, porque só contavam para a média de acesso às universidades e politécnicos, tendo deixado de ser obrigatórias para a conclusão do secundário.
Num universo de 512 escolas analisadas, apenas duas obtiveram média negativa sendo uma pública e outra privada, segundo uma análise da Lusa a 217.176 provas.
Assim, a percentagem de escolas públicas com nota positiva subiu de 77,8% (no ano passado) para 99%.
No fim da tabela surge a Escola Secundária José Cardoso Pires, em Loures, a única pública com “negativa”: a média dos 159 exames realizados pelos seus alunos foi de 9,22 valores. Na tabela geral, antes desta aparece a única privada que também chumbou na média das notas dos seus alunos: os alunos do Externato Académico tiveram 99,3 valores.
Já no topo da lista que reúne todas as escolas com mais de 100 provas realizadas mantêm-se o Colégio Nossa Senhora do Rosário, no Porto, que volta a liderar a tabela dos colégios privados, à semelhança dos anos anteriores: a média dos 463 exames realizados foi de 17,61 valores (mais dois valores do que no ano passado).
Numa comparação entre rapazes e raparigas, elas voltam a obter melhores resultados médios (13,25 valores contra 12,85 valores conseguidos pelos rapazes).
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