Ainda há duas gerações era muito comum os casais terem seis, sete e até oito e mais filhos. Atualmente, a média é inferior a dois. Procurar compreender a justificação para o fenómeno é o principal objetivo do novo Observatório da Natalidade e do Envelhecimento de Portugal, o primeiro em território nacional, que é apresentado publicamente esta manhã em Lisboa. A cerimónia assinala o início do trabalho da organização, que nos próximos meses, pretende «efetuar um retrato abrangente e de referência sobre o impacto das duas temáticas na sociedade portuguesa», informa a PremiValor Consulting, empresa de consultoria de gestão portuguesa que promove o projeto, em comunicado.
«Numa época em assistimos ao aumento da esperança média de vida combinada com o decréscimo do índice sintético de fecundidade, em Portugal como em outros países europeus e ocidentais, o Observatório da Natalidade e Envelhecimento propõe-se explorar e analisar em profundidade estas duas importantes (e incontornáveis) temáticas, por forma a poder antecipar novos caminhos e formas de lidar com os impactos socioeconómicos e estruturais do envelhecimento da população», justifica Telmo Francisco Vieira, sócio da companhia, professor no Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) ediretor do projeto.
A coordenação científica do estudo está a cargo de Manuel Oliveira Carrageta, presidente da Sociedade Portuguesa de Geriatria e Gerontologia. A coordenação técnica e científica é assegurada pela professora Maria João Quintela, especialista geriatria e em gerontologia em Portugal. A associação de promoção de responsabilidade social GRACE, a Direção-Geral da Saúde, a Sociedade Portuguesa de Geriatria e Gerontologia e a Sociedade Portuguesa de Medicina da Reprodução são os parceiros institucionais de relevo do novo observatório, que conta ainda com o contributo de várias personalidades de referência nestas áreas.
«A amostra deste estudo de referência baseia-se na realização, em diferentes regiões do país e através de entrevistas pessoais e diretas, de cerca de 3.000 questionários, 1.700 dos quais dedicados à temática natalidade e 1.300 ao envelhecimento», informam os promotores do projeto. «Os primeiros resultados sobre a temática do envelhecimento deverão ser apresentados no segundo semestre de 2015, altura em que será já possível conhecer com detalhe as principais diferenças, a nível nacional, no que respeita a necessidades e expetativas da população, bem como identificar oportunidades de melhoria, tendo em vista o envelhecimento ativo em Portugal», pode ainda ler-se no documento.
Texto: Luis Batista Gonçalves
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