Apesar de, ao longo das últimas décadas, o tamanho das cicatrizes ter vindo a diminuir, a verdade é que estas continuam a ser inestéticas, daí a crescente preocupação de encontrar formas de as esconder ou até eliminar.
Segundo o dermatologista Miguel Trincheiras, «qualquer intervenção estética (ou outra) que interfira com as camadas da pele desencadeia uma resposta inflamatória reparadora».
Resposta reparadora essa que «tem como objetivo a recuperação dessa mesma estrutura», refere o especialista. Ao longo deste processo «estão envolvidos fatores intrínsecos (da própria pessoa) e extrínsecos (terapêuticos)», acrescenta o especialista. Alguns desses fatores dizem respeito à idade e ao tom de pele determinando, em grande medida, «a capacidade individual de produzir uma boa cicatrização», que, segundo o dermatologista, «é, provavelmente, o fator mais importante a ter em conta».
A idade
Pode parecer estranho mas quanto mais velha for a pessoa, melhor é a cicatrização. Com a idade a tensão da pele cede ajudando a uma cicatrização menos visível. O metabolismo das peles jovens é mais activo e dinâmico e, por isso, cicatriza com mais abundância deixando, normalmente, marcas maiores e cicatrizes mais salientes.
A cor da pele
Se a pele for muito morena ou mesmo negra a cicatrização é mais visível. Este tipo de pele apresenta geralmente maiores alterações de pigmentação e isso pode influenciar o processo e o resultado.
A zona tratada
Ainda que a pele seja igual em todas as partes do corpo, apresenta características diferentes de zona para zona. Se ao nível das pálpebras e do rosto a cicatrização é geralmente perfeita, o mesmo não acontece nas costas, nos ombros ou nas pernas. Por norma, quanto mais gordura tiver a zona tratada, pior será a cicatrização e mais visíveis serão as marcas.
Texto: Ana Catarina Alberto com Miguel Trincheiras (dermatologista)
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