O tratamento do excesso de pelos, um problema que também é muito comum nas mulheres, passa pela investigação da causa que o provoca para definir a terapêutica a utilizar. Quando a causa é o excesso de produção de hormonas masculinas pelos ovários, o tratamento é bastante simples, assentando na prescrição de uma pílula anticoncepcional com níveis de estrogénios ligeiramente mais elevados que nas pílulas mais recentes, associada a um prostagénio preferencialmente com ação anti-androgénica.
«Embora os resultados sejam relativamente lentos, são bastante satisfatórios, reduzindo o pêlo em 60% a 100%», assegura Jorge Dores, endocrinologista. «O ciclo do crescimento do pelo é extraordinariamente lento, pelo que os efeitos da terapêutica só se começarão a notar ao fim de aproximadamente seis meses», explica o especialista. Se for um hirsutismo marcado e com sinais de masculinização, a terapêutica obrigará à combinação com outros fármacos que bloqueiam a ação periférica das hormonas masculinas.
Nos casos mais raros, em que o hirsutismo é causado por um tumor (da supra-renal ou do ovário), o tratamento estará dependente de cirurgia. O endocrinologista sublinha, no entanto, que esta é uma doença crónica e, como tal, não tem cura. «Quando se interrompe o tratamento, é normal que o hirsutismo regresse lentamente», refere. Daí que, após três meses de tratamento, seja recomendável consultar um dermatologista para iniciar a remoção de pelos com laser.
Texto: Fernanda Soares com revisão científica de Jorge Dores (endocrinologista)
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