Muito usada no estrangeiro, também já chegou a Portugal, no início da década de 2010, uma técnica cirúrgica de combate à gordura localizada, celulite e flacidez cutânea. Chama-se Invasix, atua através do aparelho BodyTite e é um método minimamente invasivo que funciona através de energia de radiofrequência e permite aspirar a gordura ao mesmo tempo que retrai a pele. Conversámos com Zeferino Biscaia Fraga, cirurgião plástico, sobre este procedimento.
O que é o Invasix?
É uma técnica que consiste na aplicação da radiofrequência em relação à lipoaspiração, em que é colocada uma cânula dentro da própria gordura, ligada a um aparelho externo. Paralelamente, à superfície da pele, está um elétrodo que acompanha a cânula.
Existem então dois elétrodos, um interno e um externo, que fazem a coagulação de todo o sangue que está na gordura. Ao mesmo tempo que a cânula retira a gordura, a radiofrequência actua entre os poros de tal maneira que a pele, situada na zona onde se procede à lipoaspiração, se vai retraindo.
Que tipo de casos permite tratar?
Essencialmente trata a celulite e peles flácidas e irregulares. É vantajoso para peles que estejam flácidas que são um dos grandes problemas da lipoaspiração. Existem diversos casos em que o cirurgião não tem hipótese de retrair o tecido cutâneo e esta é uma técnica promissora em relação a essa matéria.
O que distingue o Invasix de outros métodos?
O método mais parecido é a lipoaspiração assistida por laser e a vantagem em relação ao laser é que este pode levantar problemas por ser um método muito lento, ao mesmo tempo que a sua acção pode provocar pigmentações com aspeto semelhante às de uma queimadura. O Invasix não tem esse problema porque a radiofrequência é uma energia muito mais inócua e suave.
Em que situações está contra-indicado?
Sobretudo nos casos em que a pele seja de boa consistência, firme e em que seja necessário retirar uma grande quantidade de gordura. Para essas situações o melhor procedimento é a lipoaspiração tumescente vibratória que elimina grandes quantidades de gordura rapidamente. O Invasix é uma técnica mais demorada, sendo preciso o dobro do tempo da lipoescultura tumescente.
É um método doloroso?
Não, porque é pouco invasivo. Faz-se com uma anestesia adequada, que pode ser local, epidural, geral ou troncolar. Em quase todos os casos, a pessoa pode ir para casa no mesmo dia. É um método que raramente deixa edemas ou nódoas negras na pele porque faz a coagulação do tecido cutâneo.
Veja na página seguinte: Para que zonas do corpo é indicado o tratamento
É indicado para que zonas do corpo?
Esta técnica é usada para tratar a parede do abdómen, ancas, coxas e também está disponível em muitas clínicas para os braços e o pescoço.
Quais são os cuidados pós-operatórios?
São os mesmos inerentes a uma lipoescultura. É necessário fazer uma massagem adequada uma semana depois, usar uma contenção elástica, durante quatro a oito semanas. Também não convém apanhar sol, se houver alguma nódoa negra.
Os resultados são duradouros?
Sim, à partida é uma intervenção que não tem de ser repetida, mas obviamente que segue a evolução biológica da pessoa e se ela voltar a ganhar muita volumetria corporal e depois reduzi-la rapidamente os tecidos sofrem. Quando saíram os primeiros resultados mundiais, a taxa de sucesso foi muito boa.
Texto: Mariana Correia de Barros com Zeferino Biscaia Fraga (cirurgião plástico)
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