No final do verão, quando o bronzeado adquirido nas férias começa a desaparecer, podem surgir manchas devido à acumulação não homogénea de melanina, o pigmento que dá cor à pele e que é produzido como mecanismo de autodefesa contra o sol. Segundo a dermatologista Ana Cabral Pinto, esta "é uma situação comum na pele que pigmenta com facilidade, em adultos jovens, sobretudo do sexo feminino".
Esta hiperpigmentação que ocorre nas áreas expostas à luz solar (melasma) pode estar associada a fatores como a gravidez ou a toma de anticoncecionais orais. Esta é geralmente a causa mais comum. No entanto, também pode ter uma causa desconhecida ou ser provocada por outras patologias, que deverão ser despistadas, pelo que o seu tratamento deverá ser aconselhado por um dermatologista.
Como prevenir?
A principal forma de prevenção não podia ser mais simples. Basta ter apenas um cuidado. Aplicar protetor solar, todos os dias! Utilize, de preferência, um com uma fórmula opaca, à base de dióxido de titânio e/ou óxido de zinco, uma vez que os filtros solares transparentes, mesmo com fator de proteção solar (FPS) alto, não bloqueiam a radiação visível, que também induz pigmentação, como alertam os especialistas.
E deve fazê-lo todos os dias, porque os raios solares atacam em todas as alturas do ano, quer seja verão ou inverno. Para além do mais, devido às temperaturas amenas que habitualmente se fazem sentir, os portugueses passam muito tempo no exterior. Concentre-se, sobretudo, no rosto, no decote e mãos, as zonas mais expostas às radiações solares e, por conseguinte, mais propensas a manchas.
Como tratar?
A aplicação sinérgica de um despigmentante e de um ácido retinoide derivado da vitamina A (a tretinoína) tem, de acordo com Ana Cabral Pinto, uma eficácia razoável, podendo reverter as modificações cutâneas foto-induzidas. Como em qualquer tratamento, quanto mais cedo for iniciado, melhor e mais rápidos serão os resultados. Nas manchas mais pronunciadas, pode demorar mais. Por isso, seja paciente!
Nos casos mais graves, poderá ser necessário recorrer a tratamentos dermatológicos mais profundos, como é o caso dos peelings e da aplicação de luz intensa pulsada (IPL), recomendados por muitos especialistas. Mas, atenção, estes obrigam a uma boa avaliação clínica porque, "se os protocolos terapêuticos a que estão sujeitos não forem respeitados, podem agravar a situação", alerta ainda a dermatologista.
Texto: Fernanda Soares
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