Perdeu peso, tonificou o corpo e exibe um ar mais jovem mas, ainda assim, não fica totalmente satisfeita quando se olha ao espelho? Sente que falta compor o resto do embrulho e não sabe por onde começar? Um serviço de consultoria de imagem diz-lhe o que fazer. Sugerimos-lhe recomendações profissionais que a vão ajudar a fazer as melhores opções e conjugações em termos de roupa, acessórios, cabelos e maquilhagem.
Prepare-se para "um aconselhamento personalizado, que tem como objectivo oferecer soluções à medida de cada pessoa, de forma a valorizar o seu estilo e corpo, mas também rentabilizar o seu guarda-roupa", como explicou à Ultimate Beauty Carla Castro, consultora de imagem da Ellora, uma das empresas pioneiras a disponibilizar este tipo de serviços em território nacional numa altura em que nem sequer se falava nisso.
E nem sequer precisa de um grande orçamento. "As soluções apresentadas têm sempre em conta o orçamento definido pelo cliente e existe no mercado uma grande variedade de marcas e opções", realça a especialista, que descreve de seguida o modo de procedimento de muitas das empresas semelhantes que existem um pouco por todo o mundo e que muitas celebridades, nacionais e internacionais, não dispensam.
Como se processa a primeira avaliação
Tudo começa com uma consulta individual que dura aproximadamente duas horas e meia e inicia-se, habitualmente, com um questionário pessoal, através do qual é "avaliada a personalidade do cliente, as suas necessidades e expectativas, o seu estilo pessoal e de vida", explica a consultora de imagem. Segue-se, depois, na maioria dos casos, a avaliação do biótipo corporal e facial, tipo de pele e cabelo.
"Tiramos as medidas dos ombros, da cintura e da anca e conversamos sobre a forma como as pessoas avaliam o seu corpo e, através destes dados, determinamos o biótipo da pessoa e os pontos principais a ter em conta na escolha da roupa e dos acessórios", refere ainda. Por último, analisam-se as cores, que quando erradas podem envelhecer-nos, deixar-nos mais pálidas ou colocar em evidência marcas e manchas.
Nessa altura, são também avaliadas as formas de retirar ao rosto as marcas que lhe conferem uma aparência mais cansada. "Uma cor em harmonia com o tom de pele, olhos e cabelo, confere uma maior vivacidade e luz à nossa imagem, proporcionando uma aparência mais saudável", refere a especialista. "E isto é válido para roupa, maquilhagem e cabelo", sublinha ainda Carla Castro.
"Esta avaliação completa visa a construção de uma imagem equilibrada e adaptada à impressão que cada cliente pretende causar, de acordo com os seus objetivos", esclarece ainda. No final, é, muitas vezes, entregue um livro, um book fashion adviser, com as sugestões das peças e cores mais indicadas para o perfil da pessoa em questão. Uma espécie de guia que reúne uma série de informações muito úteis.
O que precisa de saber antes de reorganizar o guarda-roupa
Um dos serviços prestados pelas empresas de consultoria de imagem é a reorganização do guarda-roupa, na qual são selecionadas as peças-chave, definidas as combinações possíveis e detetadas as peças que faltam e as que devem ser recicladas. "Nesta etapa, o cliente prova as roupas que mais gosta e usa no dia a dia para que eu analise o que o favorece ou o que deve ser modificado", descreve a consultora de imagem.
Caso seja preciso atualizar o guarda-roupa, com peças tendências ou básicos, Carla Castro sugere uma sessão de compras. "Baseada nas informações que tenho sobre o estilo, o biótipo e as cores, posso fazer as compras e decisões mais acertadas, com ou sem o cliente, seleccionando as peças e os melhores coordenados. Além disso, oriento o cliente para as compras no futuro, evitando que este cometa os mesmos erros", afirma.
É importante que as compras sejam ponderadas, em função das necessidades reais. Por muito que goste de uma peça, não a compre só por comprar. "Quando se trata de roupas, a expressão menos é mais não é um cliché", assegura a especialista. "Quanto maior é a quantidade de peças, mais provável será perder-mo-nos no roupeiro", afirma a consultora de imagem. Para prevenir esta situação, é essencial fazer uma seleção.
As sugestões de compras da consultora de imagem
Quando for às compras, deve optar pelos tons e cortes que mais a favorecem. "O primeiro passo é encontrar peças básicas e de cores neutras, como o preto, o cinza, o bege, o castanho, o branco, o azul marinho ou o verde musgo", refere Carla Castro. "Outra dica é analisar as ocasiões em que pode usar a roupa", acrescenta. Em termos de acessórios, também há uma série de pressupostos a verificar.
A consultora de imagem aconselha, assim, a investir em echarpes, em cores e estampados que a favoreçam, num par de sapatos pretos, nuns sapatos fechados em tom neutro, numas botas com a altura de cano apropriada ao seu biótipo, numas sandálias douradas ou prateadas e numa mala de cor neutra e modelo versátil. "Os acessórios podem mudar todo o visual, apenas tem de saber brincar com os diferentes tamanhos", diz.
Pode também jogar com "materiais, texturas e cores de colares, lenços, pulseiras, brincos, malas, cintos e sapatos, sem esquecer os acessórios de cabelo", lembra Carla Castro. Quanto aos tecidos, deve optar por fibras naturais, como o algodão, a lã, o linho e a seda, pois são de maior qualidade e durabilidade. "Estes tecidos são também mais confortáveis e flexíveis", justifica a especialista portuguesa.
"Têm um toque agradável e são mais fáceis de manter", sublinha. "Além disso, deixam a pele respirar, ou seja, não absorvem o cheiro da transpiração, ao contrário dos tecidos feitos com fibras artificiais, como a viscose, o poliester, o acrílico e o nylon", sublinha ainda Carla Castro. Nos períodos de temperaturas mais altas, a especialista sugere a utilização de tecidos mais leves, que deixem respirar o organismo.
As regras que deve seguir quando for trabalhar
Também aqui há conceitos a interiorizar. "Regra geral, no trabalho, deve evitar as roupas demasiado justas e curtas, assim como as cores ou estampados muito chamativos e transparências ou decotes profundos", aconselha a consultora de imagem. As peças usadas no trabalho devem, além de serem fáceis de coordenar entre si, apresentar cortes mais simples e clássicos, tendencialmente mais discretos.
"Evite ainda acessórios grandes, sandálias de tiras muito abertas e saltos muito altos, que deixam os pés expostos", aconselha Carla Castro. A maquilhagem deve ser natural e os cabelos muito volumosos devem ser presos. "A imagem de uma profissional deve inspirar admiração, respeito e elegância. Por isso, deixe o seu lado sexy para outras ocasiões. No entanto, a liberdade criativa depende do tipo de área profissional", realça.
"Pessoas ligadas às artes, ao design, à moda e à publicidade podem ser mais arrojadas, enquanto que as profissões mais conservadoras requerem uma indumentária mais discreta e de acordo com os códigos de conduta da empresa ou setor em que trabalham", remata Carla Castro. Apesar de, nas últimas décadas, o paradigma ter mudado ligeiramente, essa continua, no entanto, a ser a regra, como sublinha.
As peças obrigatórias
Os básicos que não podem faltar no guarda-roupa:
- 1 par de calças pretas clássicas
- 1 par de calças casuais
- 1 par de jeans em azul escuro, corte a direito (modelo clássico)
- 1 par de jeans casuais (lavagem, modelo boyfriend, skinny ou bootcut)
- 1 casaco comprido de boa qualidade e de corte clássico e intemporal
- 1 jaqueta de cor neutra
- 1 blazer de corte clássico
- Várias camisolas de manga comprida e tops nas cores básicas (preto, branco e bege)
Texto: Rita Caetano
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